Por Epoch Times
O presidente Donald Trump negou hoje (9) que esteja pensando em restaurar a política de separar as famílias sem documentos na fronteira sul, e descreveu como “vergonhosa” a decisão judicial que bloqueou sua prática de fazer com que aqueles que buscam asilo em seu país esperem no México.
“Não estamos pensando em fazer isso, não”, disse Trump quando perguntado sobre rumores de novas separações familiares, durante uma reunião na Casa Branca com o presidente egípcio Abdelfatah al Sisi.
“Mas quando não o fazemos, muito mais pessoas chegam à fronteira”, disse ele. Quando você não tem [essa política], você vê muito mais pessoas chegando. Elas vêm como se estivessem indo a um piquenique, ou tipo ‘vamos para a Disneylândia'”.
A divisão das famílias foi uma consequência da política de “tolerância zero” com a imigração ilegal, através da qual os Estados Unidos processavam criminalmente os adultos sem documentos, algo que não era feito antes, e que levava à separação das crianças de seus pais quando eles eram privadas de sua liberdade.
Trump pôs fim a essa política em junho passado, após a decisão de um juiz federal, e ordenou que seu governo mantivesse as crianças junto com seus pais ou parentes em centros de detenção.
Mas seu assessor Stephen Miller vem promovendo há meses uma nova versão da política, que forçaria os indocumentados a escolher entre aceitar voluntariamente que as crianças sejam separadas deles, ou permitir que os menores sejam privados de seu direito de não ser detidos indefinidamente para que possam ser trancados com eles.
Trump afirmou hoje novamente que a política de separação de famílias foi iniciada por seu antecessor, Barack Obama (2009-2017). “O presidente Obama separou as crianças. Fui eu que mudei isso”, disse Trump.
O presidente acrescentou que “as jaulas que foram mostradas foram construídas pela administração Obama”, referindo-se a algumas fotografias que circularam como se fossem crianças separadas pela política de Trump, mas que na verdade datam de 2014.
Trump também reagiu à decisão de um juiz federal que na segunda-feira bloqueou sua política de enviar ao México pessoas sem documentos que pedem asilo no país, para que eles esperem para processar o pedido de refúgio nos tribunais.
“Temos um juiz que acaba de determinar, incrivelmente, que as pessoas não podem ficar no México”, lamentou.
O cruzamento ilegal causa a separação
As famílias raramente são separadas se entram por uma porta de entrada e buscam asilo, informou a Proteção de Alfândegas e Fronteiras (CBP) em um comunicado de 9 de julho do ano passado.
No entanto, as pessoas que tentam entrar ilegalmente nos Estados Unidos são levadas a julgamento, o que exige que as crianças sejam separadas dos adultos, disse a CBP.
“A separação das famílias nos portos de entrada é muito rara, e só acontece em circunstâncias que a exigem para proteger a criança e garantir o seu bem-estar”, disse Todd Owen, comissário assistente do Escritório de Operações de Campo da CBP, na declaração.
Tráfico de crianças para burlar as leis de imigração
Os traficantes de pessoas estão usando “círculos de reciclagem de crianças” para contrabandear pessoas através da fronteira EUA-México, de acordo com a então Secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kirstjen Nielsen, em uma entrevista à Fox News no início deste mês.
Quando um adulto entra no país com uma criança sequestrada, isso permite que ele minta e afirme que ele e a criança são uma família, e que use leis de imigração que são brandas com as famílias a fim de ser libertado pelas autoridades dentro dos Estados Unidos.
“Os contrabandistas estão mais ativos do que nunca em espalhar sobre como entrar neste país com uma criança. Nos últimos meses, desmantelamos os chamados ‘círculos de reciclagem de crianças’, se é que isso é possível, que significa que quando os contrabandistas sequestram uma criança, entregam para um adulto para que ele possa cruzar a fronteira, e eles então se apresentam como uma família.”
Com informações da Agência EFE