Trump lamenta cooperação entre China e Venezuela para combater pandemia

10/04/2020 20:57 Atualizado: 10/04/2020 20:57

Por EFE

Washington, 10 abr – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que “não ficaria feliz” com o acordo firmado pelos presidentes de China, Xi Jinping, e Venezuela, Nicolás Maduro, para ampliar a cooperação entre os dois países no combate à pandemia de Covid-19.

A declaração de Trump foi feita durante uma entrevista coletiva na Casa Branca. O presidente respondia a pergunta de uma jornalista sobre o acordo entre Xi e Maduro, que foi acusado pelos EUA de terrorismo e tráfico de drogas. O governo americano inclusive ofereceu uma recompensa de US$ 15 milhões por informação que leve à captura do mandatário venezuelano.

“Não ficaria feliz se isso ocorresse. Não conversei com o presidente da China sobre a Venezuela, sobre esse aspecto da Venezuela, mas se isso ocorrer não ficarei feliz. Não ficarei feliz”, ressaltou.

Perguntado se está preocupado que o acordo para a pandemia seja ampliado para outros aspectos econômicos, o governante americano respondeu que está “preocupado com tudo”.

“Tudo me preocupa, por isso não durmo muito. Eu me preocupa com tudo, e não ficaria feliz com isso”, comentou.

O Ministério das Relações Exteriores venezuelano informou que ambos os mandatários conversaram por telefone sobre como continuar evitando a propagação do coronavírus SARS-CoV-2, que infectou 171 pessoas na Venezuela, e nove delas acabaram morrendo.

Em comunicado oficial, Xi disse que a China “sente como se fossem suas as dificuldades e os desafios da Venezuela”, e que está “disposta a ampliar a cooperação nas próximas semanas”. Nos últimos dias, o governo chinês enviou toneladas de ajuda humanitária ao país sul-americano.

O governo de Trump tem tentado isolar diplomática e economicamente Maduro com a imposição de sanções e já expressou apoio ao líder opositor Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela.

Sobre a China, Trump acusou a Organização Mundial da Saúde (OMS) de ter privilegiado o país asiático na crise do novo coronavírus, e nesta semana ameaçou suspender a contribuição americana à organização.