Por Eduardo Tzompa
Donald Trump anunciou na quarta-feira que lançará a “maior operação antidrogas do continente”, focada em cartéis mexicanos, mobilizando forças aéreas e navais perto da costa da Venezuela, em um esforço para pressionar o regime de Maduro.
Em uma conferência na Casa Branca, o presidente dos EUA, juntamente com o secretário de Defesa Mark Esper, o chefe do Estado Maior Conjunto Mark Milley, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca Robert C. O’Brien e o procurador-geral, o general William Barr, explicou que eles começaram uma luta contra o narcotráfico, em meio à pandemia do vírus do PCC.
“Existe uma ameaça de que cartéis e terroristas tirem proveito da situação causada pelo coronavírus para seu próprio benefício. Não devemos permitir que isso aconteça”, disse Trump, detalhando que esta operação, realizada em parceria com 22 países, implantará aeronaves, navios e helicópteros destrutivos da Marinha no Caribe e no Pacífico Oriental.
Por sua parte, o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, disse que o regime de Maduro aproveitou os lucros das drogas para obter uma renda às custas do sofrimento do povo venezuelano.
“O regime ilegítimo de Maduro na Venezuela depende dos benefícios que a droga traz para manter seu poder opressivo”, disse Esper.
O conselheiro de segurança nacional O’Brien acrescentou que Nicolás Maduro é uma “ameaça” para os Estados Unidos. E ele disse que esta nova operação antidrogas “reduzirá o apoio com o qual o regime Maduro financia suas atividades maliciosas”.
Por seu lado, William Barr declarou que os cartéis mexicanos são a maior prioridade do país, pois são responsáveis pela morte de 70.000 americanos por ano.
“Os cartéis [mexicanos] devem ser derrotados em favor dos americanos e do povo do México e da Venezuela”.
Após o anúncio, o comissário de segurança da embaixada venezuelana nos EUA, Iván Simonovis, escreveu no Twitter: “A justiça chega mais cedo ou mais tarde, mas vem”.
Na semana passada, o Departamento de Justiça anunciou acusações de narcoterrorismo e corrupção contra o líder do regime chavista, Nicolás Maduro e vários de seus membros próximos, Tareck Zaidan El Aissami Maddah, Vladimir Padrino, Maikel José Moreno Perez, Hugo Carvajal Barrios e Cliver Alcalá.
O maior aposentado do exército venezuelano, Clíver Alcalá, foi o primeiro a se entregar voluntariamente à justiça americana em 27 de março, perante a Direção Nacional de Inteligência da Colômbia (DNI).
Por outro lado, o ex-oficial Hugo Carvajal está negociando sua entrega através de um intermediário não governamental, de acordo com a agência Reuters. O paradeiro do ex-chefe da unidade de inteligência militar de Hugo Chávez é desconhecido desde que um tribunal espanhol anunciou em 2019 sua extradição para os Estados Unidos.
Washington também declarou sua disposição de suspender as sanções impostas ao regime Nicolás Maduro em troca de um governo de transição.
“Se todas as condições fossem cumpridas (…), todas as sanções seriam suspensas”, disse o secretário de Estado Mike Pompeo, que observou que entre as condições a serem cumpridas estão a partida das forças de segurança e o exercício eleições livres e justas, de acordo com observadores internacionais.
Com informações da repórter Débora Alatriste.