Trump faz emocionante homenagem ao piloto venezuelano que morreu depois de se rebelar contra Maduro (Vídeo)

No dia de sua morte, confirmada pelas autoridades, Pérez divulgou imagens impactantes enquanto estava ferido e encurralado em uma propriedade em El Junquito

21/02/2019 10:25 Atualizado: 21/02/2019 10:25

Por Anastasia Gubin, Epoch Times

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na segunda-feira (18) em Miami, fez uma pausa durante seu discurso diante da comunidade venezuelana nos Estados Unidos e passou a palavra a Aminta Pérez, mãe do expiloto Oscar Pérez, inspetor do Corpo de Investigações Científicas, Penais e Criminalísticas (CICPC), morto pelas tropas de segurança do regime socialista de Maduro em janeiro de 2018.

Pérez ficou conhecido quando, em 27 de junho de 2017, sobrevoou de helicóptero o Tribunal de Justiça controlado pelo regime de Maduro, em total desconhecimento da Assembleia Nacional eleita democraticamente no final de 2015.

Pérez tomou como sua bandeira um artigo da Constituição venezuelana que ordena às Forças Armadas que se rebelem contra quem estiver abusando do poder.

Aminta Pérez pediu ao presidente Trump ajuda humanitária e “justiça” para seu filho Oscar.

“Peço desculpas se eu derramar lágrimas”, disse ela antes de começar, ao mencionar que outro filho morto estaria fazendo aniversário naquele dia. “Eles também me assassinaram”, disse a mãe.

“Estou aqui mais do que qualquer coisa pedindo ajuda humanitária. Também estou pedindo justiça para meu filho, para seu grupo, que foi assassinado vilmente. Para as crianças e para continuar com o legado de Oscar”.

“Continuaremos lutando até vermos uma Venezuela livre e podermos voltar à nossa terra natal”, concluiu Aminta.

Presidente Donald Trump em seu discurso para a comunidade venezuelana na Universidade Internacional da Flórida em Miami em 18 de fevereiro (Captura de tela)
Presidente Donald Trump em seu discurso para a comunidade venezuelana na Universidade Internacional da Flórida em Miami em 18 de fevereiro (Captura de tela)

Quando Trump retomou a palavra, ele encorajou a mulher. “Eu não entendi o que ela disse, mas acho que sei o que ela disse. Ela é uma mulher incrível. Ele era um homem incrível também. Sua morte não será em vão”, disse ele.

Oscar Pérez antes de tentar se render à polícia da Guarda Nacional que o cercou em 15 de janeiro de 2018 e o matou (Video Instagram)
Oscar Pérez antes de tentar se render à polícia da Guarda Nacional que o cercou em 15 de janeiro de 2018 e o matou (Video Instagram)

Depois que Oscar Pérez fez aquele voo de helicóptero em junho de 2017, ele foi para a clandestinidade e, antes de sua morte, publicou apelos às Forças Armadas e à polícia instando-os a se levantarem contra a ditadura. Ele também treinou grupos para criar barricadas e defender-se contra ataques das forças policiais.

“Apelamos a todos os venezuelanos de leste a oeste, de norte a sul (…) para se reconectarem com nossas Forças Armadas e juntos recuperarmos a nossa amada Venezuela”, disse Pérez, segundo divulgado pela BBC em 15 de janeiro.

No dia de sua morte, confirmada pelas autoridades, Pérez divulgou imagens impactantes enquanto estava ferido e encurralado em uma propriedade em El Junquito.

Segundo declarações de Néstor Reverol, Ministro do Interior e Justiça de Maduro, no dia 15 de janeiro, junto com Pérez, morreram também Daniel Enrique Soto Torres, Abraham Israel Agostini Agostini, José Alejandro Díaz Pimentel, Jairo Lugo Ramos, Abraham Lugo Ramos e uma mulher não identificada.

Presidente Donald Trump em seu discurso para a comunidade venezuelana na Universidade Internacional da Flórida em Miami em 18 de fevereiro (Captura de tela)
Presidente Donald Trump em seu discurso para a comunidade venezuelana na Universidade Internacional da Flórida em Miami em 18 de fevereiro (Captura de tela)

Discurso de Trump

Em seu discurso para a comunidade venezuelana na Universidade Internacional da Flórida em Miami, Donald Trump encorajou os militares na Venezuela a aceitar a anistia oferecida pelo presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que desde 23 de janeiro assumiu a posição de presidente interino da Nação, para orientar a transição para eleições democráticas e livres.

De acordo com a constituição venezuelana, as Forças Armadas devem reconhecer seu presidente interino.

“Hoje tenho uma mensagem para todos os funcionários que estão ajudando a manter Maduro no comando. Os olhos do mundo estão sobre vocês”, disse Trump em uma reunião com a comunidade venezuelana em Miami.

“Eles podem escolher entre aceitar a generosa oferta de anistia do presidente Guaidó e viverem suas vidas em paz com suas famílias e compatriotas, ou escolher o segundo caminho: continuar apoiando Maduro. Se escolherem o segundo caminho, não encontrarão um refúgio, não haverá saída fácil. Eles vão perder tudo”, disse o presidente dos Estados Unidos.

Confrontado com a grave crise alimentar e de medicamentos sofrida pela Venezuela, a comunidade internacional e os Estados Unidos enviaram ajuda humanitária a Guaidó através da Colômbia. O carregamento está aguardando para entrar no país em 23 de fevereiro, segundo o presidente.

O presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou para às 10h da manhã do dia 22 de fevereiro, um grande concerto beneficente que reunirá mais recursos em colaboração com o país vizinho.

O presidente Trump, durante seu discurso na segunda-feira, pediu às Forças Armadas venezuelanas que deixem entrar essa ajuda humanitária.