Durante sua visita ao Japão, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encontrou familiares de japoneses que foram sequestrados pelo regime norte-coreano. Trump afirmou que ele e o primeiro ministro japonês Shinzō Abe estão tentando resgatar as pessoas sequestradas.
A maioria dos sequestros ocorreu entre o final da década de 1970 e o início dos anos 1980. Os japoneses foram sequestrados por agentes norte-coreanos em áreas costeiras do Japão para usá-los para ensinar língua e cultura japonesas a espiões.
A Coreia do Norte admitiu ter realizado pelo menos 13 destes sequestros. Tóquio acredita que pelo menos 17 cidadãos japoneses foram abduzidos. No total, Trump se reuniu com 16 familiares de cidadãos japoneses sequestrados e um ex-sequestrador.
“É uma tremenda desgraça. E acabei de conhecer algumas pessoas realmente maravilhosas que sofreram muito”, afirmou o presidente Trump logo após a reunião.
O primeiro-ministro japonês, Abe, agradeceu a Trump por sua preocupação com as famílias. “Estou particularmente agradecido ao presidente Trump e à senhora primeira-dama, que gentilmente passaram seu tempo com um ex-sequestrado e os membros da família daqueles que foram sequestrados pela Coreia do Norte”, disse Abe.
Abe também agradeceu a Trump por ter abordado a questão dos sequestros de japoneses durante seu discurso perante a Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York em 19 de setembro.
“O discurso do presidente americano por ocasião da Assembleia Geral da ONU é algo em que o mundo inteiro deveria prestar atenção”, disse Abe.
Em seu discurso perante a Assembleia Geral das Nações Unidas em 19 de setembro, Trump falou sobre uma das vítimas, uma japonesa de 13 anos de idade.
“Nós sabemos que [a Coreia do Norte] raptou uma dócil japonesa de 13 anos em uma praia em seu próprio país para escravizá-la como professora de idioma para os espiões da Coreia do Norte”, afirmou Trump em seu discurso na ONU.
Megumi Yokota foi sequestrada por agentes norte-coreanos em seu caminho de casa para a escola em 1977. Ela tinha apenas 13 anos na época.
De acordo com um relatório de 2014 do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, estima-se que a Coreia do Norte tenha capturado mais de 200 mil estrangeiros desde 1950.
A maioria dos sequestros e desaparecimentos ocorreram durante a Guerra da Coreia. Além disso, houve um movimento organizado de coreanos étnicos do Japão para a Coreia do Norte que começou em 1959.
Entre os estrangeiros, estão mulheres da Europa, Oriente Médio e outras partes da Ásia que “foram sequestradas para serem dadas como esposas a estrangeiros já presentes na RPDC”.
“A RPDC usou suas forças terrestres, navais e de inteligência para realizar abduções e prisões. Tanto a Guerra da Coreia quanto as operações de pós-guerra foram aprovadas ao nível do líder supremo”, afirma o relatório da ONU.
Num destes casos, o ex-ditador norte-coreano Kim Jong-il teve contato direto com vítimas de sequestro. O diretor de cinema sul-coreano Shin Sang-ok e a atriz Choi Un-hee, ambos raptados, costumavam fazer vários filmes de propaganda norte-coreanos nos quais Kim era o produtor executivo.