Trump duvida que sanções detenham líder Kim Jong-un e Coreia do Norte

13/12/2017 16:00 Atualizado: 13/12/2017 17:13

O presidente estadunidense Donald Trump disse num evento na Flórida que ele tem dúvidas que as sanções funcionariam para dissuadir a Coreia do Norte de seu curso atual, mesmo enquanto um alto funcionário das Nações Unidas (ONU) retorna do país comunista alertando que o tempo está se esgotando.

Trump disse a apoiadores numa apresentação em Pensacola, na Flórida, que é necessário tentar usar sanções na abordagem com a Coreia do Norte, apesar das dúvidas sobre seus efeitos.

“Como parte de uma campanha de máxima pressão sobre a vil ditadura da Coreia do Norte, nós impomos as sanções mais duras do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, disse Trump.

“Temos muitas outras sanções. Mas eu não sei se as sanções funcionarão com ele [o líder Kim Yong-un]. Temos que tentar.”

Coreia do Norte, Trump, sanções - O presidente estadunidense Donald Trump acena para apoiadores durante um evento no Pensacola Bay Center em Pensacola, Flórida, em 8 de dezembro de 2017 (Joe Raedle/Getty Images)
O presidente estadunidense Donald Trump acena para apoiadores durante um evento no Pensacola Bay Center em Pensacola, Flórida, em 8 de dezembro de 2017 (Joe Raedle/Getty Images)

Trump anunciou que estava buscando sanções adicionais contra o regime comunista de Kim Jong-un após o lançamento de um míssil balístico intercontinental em 29 de novembro.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que essas sanções estão levando tempo para serem postas em prática.

“Estamos trabalhando por meio de um processo legal”, disse ela a jornalistas em 11 de dezembro, durante uma entrevista coletiva.

Ela disse que o processo era complicado e que esperava dar detalhes sobre o motivo do atraso em breve.

Enquanto isso, a ONU está alertando que o tempo é curto para uma solução negociada em face do impasse na Península Coreana.

Esse aviso veio depois que um funcionário sênior da ONU voltou de uma viagem de quatro dias à Coreia do Norte que incluiu encontros com autoridades norte-coreanas e funcionários de missões da ONU no país.

Coreia do Norte, Trump, sanções - O diplomata e político sênior norte-coreano Ri Su-yong (3º dir.) conversa com Jeffrey Feltman (3º esq.), o sub-secretário-geral para assuntos políticos da ONU, no Salão Mansudae em Pyongyang, Coreia do Norte, em 7 de dezembro de 2017 (AFP/Kim Won-jin)
O diplomata e político sênior norte-coreano Ri Su-yong (3º dir.) conversa com Jeffrey Feltman (3º esq.), o sub-secretário-geral para assuntos políticos da ONU, no Salão Mansudae em Pyongyang, Coreia do Norte, em 7 de dezembro de 2017
(AFP/Kim Won-jin)

Jeffrey Feltman, sub-secretário-geral para assuntos políticos da ONU, visitou o país comunista de 5 a 8 de dezembro. No dia seguinte ao seu retorno, a ONU emitiu uma declaração alertando que “o tempo é essencial”.

Feltman teve uma série de reuniões com o ministro das relações exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong-ho, e o vice-ministro Pak Myong Guk.

“Eles trocaram pontos de vista sobre a Península Coreana e concordaram que a situação atual era a questão de paz e segurança mais tensa e perigosa no mundo de hoje”, disse uma declaração da ONU sobre as reuniões.

Feltman argumentou com a Coreia do Norte para implementarem as resoluções do Conselho de Segurança. Essas resoluções impedem a Coreia do Norte de seguir sua trajetória atual de desenvolvimento de armas nucleares e mísseis balísticos e apelou ao regime para se juntar novamente ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

Leia também:
• Trabalho em túneis sugere novo teste nuclear a caminho na Coreia do Norte
• Programa de submarinos da Coreia do Norte provoca mais preocupações
• Navios-fantasma da Coreia do Norte cheios de esqueletos à deriva no Pacífico

A Coreia do Norte aderiu ao tratado em 1985, mas retirou-se em 2003, depois de revelações de que o país estava trabalhando num programa ilegal de enriquecimento de urânio.

De acordo com a ONU, Feltman enfatizou que a comunidade internacional ficou alarmada com as crescentes tensões decorrentes da crise atual e continua empenhada em encontrar uma solução pacífica.

Feltman disse que era urgente que o regime tivesse canais de comunicação abertos, presumivelmente com os Estados Unidos, para evitar erros de cálculo.

“Ele também disse que só pode haver uma solução diplomática para a situação, alcançada por meio de um processo de diálogo sincero. O tempo é essencial”, afirmou o comunicado.

Coreia do Norte, Trump, sanções - O míssil balístico norte-coreano Hwasong-15, capaz de atingir qualquer parte dos EUA, é visto numa foto de 29 de novembro da mídia estatal da Coreia do Norte (KCNA via KNS/AFP/Getty Images)
O míssil balístico norte-coreano Hwasong-15, capaz de atingir qualquer parte dos EUA, é visto numa foto de 29 de novembro da mídia estatal da Coreia do Norte (KCNA via KNS/AFP/Getty Images)