WASHINGTON – O presidente Donald Trump defendeu na terça-feira (16) sua decisão de divulgar informações a funcionários russos durante uma reunião na Casa Branca na semana passada, dizendo que tinha o “direito absoluto” de compartilhar “fatos relacionados ao terrorismo e à segurança de companhias aéreas”.
O presidente foi ao Twitter combater uma torrente de críticas depois de relatos de que ele havia revelado informações altamente confidenciais sobre uma operação planejada para combater o Estado islâmico (ISIS).
Dois funcionários dos EUA disseram que Trump compartilhou a inteligência, fornecida por um aliado dos Estados Unidos na luta contra os terroristas, com o chanceler russo Sergei Lavrov e o embaixador russo Sergei Kislyak durante uma reunião na última quarta-feira (10).
“Como presidente eu queria compartilhar com a Rússia (em uma reunião aberta da Casa Branca) – pois tenho o direito absoluto de fazer -, fatos relacionados ao terrorismo e à segurança de companhias aéreas”, disse Trump no Twitter. “Razões humanitárias, também eu quero que a Rússia intensifique a luta contra o ISIS e o terrorismo.”
As President I wanted to share with Russia (at an openly scheduled W.H. meeting) which I have the absolute right to do, facts pertaining….
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) May 16, 2017
…to terrorism and airline flight safety. Humanitarian reasons, plus I want Russia to greatly step up their fight against ISIS & terrorism.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) May 16, 2017
Em um tweet posterior, Trump apontou para os “LEAKERS [caguete] na comunidade de inteligência”, os quais tem sido alvo freqüente de sua recente administração.
I have been asking Director Comey & others, from the beginning of my administration, to find the LEAKERS in the intelligence community…..
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) May 16, 2017
Defendendo Trump
Trump fortaleceu sua posição após seu secretário de Estado, Rex Tillerson, e o conselheiro de segurança nacional, H. McMaster, emitiram declarações dizendo que nenhuma fonte, estrátegia ou operações militares foram discutidas na reunião com os russos.
McMaster disse que a história, relatada inicialmente pelo The Washington Post, era falsa.
O Kremlin também chegou à defesa de Trump na terça-feira, chamando os relatórios de que ele havia divulgado o material classificado “completo absurdo”.
Alguns funcionários norte-americanos disseram à Reuters que, embora o presidente tenha autoridade para divulgar as informações mais altamente confidenciais, ele o fez sem consultar o aliado que o forneceu, o que ameaça comprometer um acordo de compartilhamento de informações de longa data.
Aliados dos EUA, incluindo Austrália, Nova Zelândia e Japão, citaram as negativas da Casa Branca e disseram que o compartilhamento de informações continuaria como de costume.
Os relatórios vieram dias antes de Trump partir na sexta-feira (12) para sua primeira viagem ao exterior como presidente, para a Arábia Saudita, Israel, Itália e Bélgica.
O porta-voz da Câmara dos Deputados, Paul Ryan (republicano), e o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell (republicano), também se manifestaram. O escritório de Ryan disse que espera uma explicação completa sobre o caso, enquanto McConnell disse à Bloomberg TV na terça-feira que deseja um pouco menos drama desde a Casa Branca.