Trump diz ter ‘direito absoluto’ para compartilhar fatos com russos

16/05/2017 11:57 Atualizado: 16/05/2017 12:02

WASHINGTON – O presidente Donald Trump defendeu na terça-feira (16) sua decisão de divulgar informações a funcionários russos durante uma reunião na Casa Branca na semana passada, dizendo que tinha o “direito absoluto” de compartilhar “fatos relacionados ao terrorismo e à segurança de companhias aéreas”.

O presidente foi ao Twitter combater uma torrente de críticas depois de relatos de que ele havia revelado informações altamente confidenciais sobre uma operação planejada para combater o Estado islâmico (ISIS).

Dois funcionários dos EUA disseram que Trump compartilhou a inteligência, fornecida por um aliado dos Estados Unidos na luta contra os terroristas, com o chanceler russo Sergei Lavrov e o embaixador russo Sergei Kislyak durante uma reunião na última quarta-feira (10).

“Como presidente eu queria compartilhar com a Rússia (em uma reunião aberta da Casa Branca) – pois tenho o direito absoluto de fazer -, fatos relacionados ao terrorismo e à segurança de companhias aéreas”, disse Trump no Twitter. “Razões humanitárias, também eu quero que a Rússia intensifique a luta contra o ISIS e o terrorismo.”

Em um tweet posterior, Trump apontou para os “LEAKERS [caguete] na comunidade de inteligência”, os quais tem sido alvo freqüente de sua recente administração.

Defendendo Trump

Trump fortaleceu sua posição após seu secretário de Estado, Rex Tillerson, e o conselheiro de segurança nacional, H. McMaster, emitiram declarações dizendo que nenhuma fonte, estrátegia ou operações militares foram discutidas na reunião com os russos.

McMaster disse que a história, relatada inicialmente pelo The Washington Post, era falsa.

O Kremlin também chegou à defesa de Trump na terça-feira, chamando os relatórios de que ele havia divulgado o material classificado “completo absurdo”.

Alguns funcionários norte-americanos disseram à Reuters que, embora o presidente tenha autoridade para divulgar as informações mais altamente confidenciais, ele o fez sem consultar o aliado que o forneceu, o que ameaça comprometer um acordo de compartilhamento de informações de longa data.

Aliados dos EUA, incluindo Austrália, Nova Zelândia e Japão, citaram as negativas da Casa Branca e disseram que o compartilhamento de informações continuaria como de costume.

Os relatórios vieram dias antes de Trump partir na sexta-feira (12) para sua primeira viagem ao exterior como presidente, para a Arábia Saudita, Israel, Itália e Bélgica.

O porta-voz da Câmara dos Deputados, Paul Ryan (republicano), e o líder da maioria no Senado, Mitch McConnell (republicano), também se manifestaram. O escritório de Ryan disse que espera uma explicação completa sobre o caso, enquanto McConnell disse à Bloomberg TV na terça-feira que deseja um pouco menos drama desde a Casa Branca.