Por Voice of America
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na terça-feira (16) que se Honduras e Guatemala não cooperarem com suas novas políticas para os pedidos de asilo nos Estados Unidos, deixará de enviar fundos para esses governos.
“Se eles não quiserem cooperar conosco, tudo bem para mim. Nós não vamos cooperar com eles. Nós não lhes daremos mais dinheiro, eles nos enganam há anos “, disse o presidente à imprensa durante uma reunião de gabinete.
A ameaça já havia se materializado em março, quando Trump cortou o envio de mais de 615 milhões de dólares em assistência à América Central em retaliação ao fluxo de migrantes desses países para os Estados Unidos. Nesta segunda-feira, o Departamento de Estado anunciou que 432 milhões serão desbloqueados e destinados a projetos e subsídios aprovados para o orçamento de 2017.
Em sua reunião de gabinete, Trump disse que no ano passado, os governos da Guatemala e de Honduras “formaram caravanas e as enviaram para os Estados Unidos. Nessas caravanas, há pessoas muito más. Há algumas pessoas que não queremos em nosso país”, disse o presidente.
Os 432 milhões de dólares, oriundos do orçamento de 2017, serão investidos em programas de saúde, educação e redução da pobreza, bem como nos esforços de combate ao crime que muitos acreditam que ajudariam a reduzir a saída de migrantes da região. Cerca de 370 milhões de dólares do orçamento de 2018 não serão gastos e, em vez disso, serão transferidos para outros projetos, de acordo com o Departamento de Estado.
A decisão de congelar o envio de fundos para a América Central foi criticada pelos legisladores. “Como temia-se, uma birra presidencial limitará a capacidade de nossa nação de enfrentar os desafios que forçam as pessoas a fugir para os Estados Unidos”, escreveu o senador Bob Menéndez no Twitter.
Nenhum dos três governos do Triângulo Norte se pronunciou sobre as declarações de Trump. Ontem, o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, pediu aos Estados Unidos que dessem ao seu país um tratamento diferente da Guatemala e Honduras em questões de imigração. Bukele disse que apenas 11% das caravanas são feitas de migrantes salvadorenhos.