Trump diz que Adam Schiff está certo sobre inação de Obama à intervenção russa

20/02/2018 18:57 Atualizado: 20/02/2018 18:58

Por Jasper Fakkert, Epoch Times

Em 18 de fevereiro, o presidente norte-americano Donald Trump disse que o congressista Adam Schiff (D-Calif.) está “finalmente certo sobre alguma coisa”, referindo-se a comentários que o membro permanente do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos fez sobre a ausência de resposta do ex-presidente Barack Obama sobre a interferência russa.

Ao comentar sobre a gestão Obama, Schiff disse à Andrea Mitchell da NBC que “o povo americano tinha o direito de saber o que estava ocorrendo e que poderia ser confiado para fazer a coisa certa a respeito. E eles deveriam ter defendido serem mais públicos e agressivos na época, pelo menos em minha opinião.”

Schiff também disse que a falta de resposta de Obama significava que outros em todo o mundo assistiram e “determinaram que a interferência eletrônica era isenta de consequências”.

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Os comentários de Schiff ocorreram após o indiciamento de 13 cidadãos russos pelo conselheiro-especial Robert Mueller por usarem contas de redes sociais para semear a discórdia nos EUA.

Embora as descobertas não tenham identificado colusão intencional com qualquer cidadão americano ou campanha política, ou que os esforços russos tenham afetado o resultado da eleição presidencial de 2016, ainda assim a interferência russa conseguiu aumentar a discórdia entre grupos conservadores e liberais.

Os russos usaram perfis de redes sociais para promover e combater questões tanto liberais quanto conservadoras. Num caso, após a eleição, eles organizaram uma reunião pró-Trump e anti-Trump simultaneamente usando as contas de mídia social.

Apesar do fato de que a gestão Obama estava ciente na ocasião sobre os esforços russos para minar a confiança dos Estados Unidos e das pessoas no sistema eleitoral, ele não tomou qualquer medida para impedir isso, permitindo que os agentes russos e potencialmente outros governos estrangeiros continuem suas práticas.

Schiff disse que a gestão Obama deveria ter mostrado uma “dissuasão mais forte”.

Os comentários de Schiff ganharam o elogio do presidente Trump, que escreveu no Twitter: “Finalmente, a figura Adam Schiff, o monstro dos vazamentos descontrolados, está culpando a gestão Obama pela interferência russa na eleição de 2016. Ele finalmente está certo sobre alguma coisa. Obama era o presidente, sabia da ameaça e não fez nada. Obrigado Adam!”

Em seguida, Trump escreveu outra mensagem no Twitter enviada em 18 de fevereiro, dizendo: “Agora que Adam Schiff está começando a culpar o presidente Obama pela intromissão russa na eleição, ele provavelmente está fazendo isso como outra desculpa por que os democratas, liderados por sua líder destemida, a velhaca Hillary Clinton, perderam as eleições de 2016. Mas não era eu um excelente candidato?”

Schiff esteve entre os que mais vociferaram no Congresso alegando que Trump conluiou com o governo russo para ganhar a eleição, sem fornecer qualquer evidência para suas reivindicações. Mais de um ano de investigações por comitês do Congresso, bem como por agências de inteligência e da aplicação da lei, não encontraram qualquer evidência de colusão.

Um memorando do Comitê de Inteligência da Câmara publicado no início deste mês mostrou que uma fonte-chave das alegações de colusão era um dossiê de pesquisa da oposição pago pela campanha presidencial de Hillary Clinton e pelo Comitê Nacional Democrata (DNC). O dossiê e seu principal autor, o ex-espião britânico Christopher Steele, foram usados pelo Departamento de Justiça (DOJ) e pelo Departamento Federal de Investigação (FBI) para obterem um mandado de espionagem baseado na Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA) contra um voluntário da campanha de Trump, Carter Page.

Steele também revelou o conteúdo do seu dossiê para um grupo seleto de jornalistas, incluindo aqueles que trabalham para o New York Times, o Washington Post, a CNN, The New Yorker e Yahoo! News, conforme mostram os documentos de um tribunal do Reino Unido. Carter Page processou o Yahoo e o Huffington Post por difamação.