O regime do Irã é um dos principais patrocinadores mundiais do terrorismo, alimenta a violência sectária no mundo muçulmano, impulsionou seu desenvolvimento de armas nucleares e prega frequentemente a morte de Israel e dos Estados Unidos.
A administração Obama assinou um acordo com o Irã em 2015, o que atrasou o desenvolvimento de armas nucleares até 2026 e pagou mais de US$ 1,7 bilhão ao regime iraniano. Apesar disso, o Irã continuou suas hostilidades em relação aos Estados Unidos, continuou a financiar o terrorismo e interferiu nas inspeções de suas áreas nucleares. Em janeiro de 2016, o regime tomou dez marinheiros americanos como reféns e violou as normas internacionais ao divulgar suas fotos.
Em agosto de 2016, o Departamento de Estado revelou que a administração Obama também pagou US$ 400 milhões ao Irã como parte de um acordo pela libertação de quatro reféns estadunidenses.
O presidente Donald Trump denunciou o acordo do Irã durante um discurso em 16 de outubro. Ele disse: “Esta nação tem se aproveitado por muitos, muitos anos — por muitas décadas, francamente — e estou cansado de ver isso”.
Dias antes, em 13 de outubro, Trump anunciou que não iria revalidar o acordo com o Irã, mas também disse que ele ainda não abandonaria totalmente o acordo. Como parte de uma nova estratégia, ele apresentou novas ações para lidar com as ameaças do regime iraniano.
Durante seu discurso recente, Trump disse que não afirma que o acordo com o Irã tenha sido “algo que eu sinto que tinha de ser feito”, e declarou que a “segunda fase” de sua decisão ainda está sendo determinada.
Ele disse que a segunda fase pode ser positiva ou negativa, ou pode terminar na “rescisão total” do acordo, e observou: “Veremos o que acontece”.
Trump relatou, no entanto, que, após seu anúncio, os líderes iranianos começaram a mudar de tom, mas também observou estar ciente de que “eles são grandes negociadores” e sua mudança repentina pode não ser genuína. Ele disse: “Eles negociaram um acordo fenomenal para eles, mas um acordo horrível para os Estados Unidos, e vamos ver o que acontece”.
Enfrentar o Irã
A administração de Trump anunciou uma nova estratégia para Irã em 13 de outubro. Um esboço do plano afirma que os EUA irão neutralizar os esforços do Irã de desestabilizar outras nações e restringir sua agressão, “particularmente o apoio ao terrorismo e aos militantes”. Os Estados Unidos “revitalizarão suas alianças para construir baluartes contra a subversão iraniana”, irão expor as operações do Irã e cercearão o financiamento dos Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC), que usa-o para o terror e a subversão.
A nova estratégia também irá combater as ameaças de ataque iranianas de mísseis balísticos e outras armas e “negará ao regime iraniano todos os caminhos para uma arma nuclear”.
O Irã esteve sob o controle de seu ‘líder supremo’, Ali Khamenei, por 28 anos, e de acordo com a estratégia sobre o Irã ─ que foi elaborada ao longo de nove meses de reuniões com o Congresso e aliados dos EUA ─ “Khamenei e o IRGC persistiram numa política constante de propagação de uma ideologia revolucionária destinada a minar o sistema internacional e muitos Estados pela força e subversão”.
Além de exportar violência e terrorismo, ao mesmo tempo em que inflama o ódio contra os Estados Unidos e Israel, o relatório observa que o Irã também administra um regime autoritário que oprime o povo iraniano e restringe seus direitos.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aplaudiu a nova estratégia de Trump para o Irã e disse num comunicado que as coisas têm se mantido inalteradas e que “dentro de alguns anos, o principal regime terrorista do mundo terá um arsenal de armas nucleares e esse é um tremendo perigo para nosso futuro coletivo.”
Diante da decisão, o Conselho Nacional de Resistência, um grupo iraniano que se opõe ao regime iraniano, afirmou em um relatório que o Irã continuou secretamente a desenvolver armas nucleares, apesar do acordo com o Governo Obama. Ele afirma: “Muitos aspectos desta operação foram mantidos escondidos pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC) dos olhos curiosos do mundo e das Nações Unidas”.
Quando Trump anunciou a nova estratégia em 13 de outubro, ele observou que “nossa política é baseada numa avaliação clara da ditadura iraniana, seu patrocínio ao terrorismo e sua contínua agressão no Oriente Médio e em todo o mundo”.
“O Irã está sob o controle de um regime fanático que assumiu o poder em 1979 e forçou um povo orgulhoso a se submeter ao seu governo extremista”, disse Trump. “Este regime radical pilhou a riqueza de uma das nações mais antigas e vibrantes do mundo, e espalhou a morte, a destruição e o caos em todo o globo”.
Trump disse que as sanções anteriores contra o Irã enfraqueceram significativamente isso, “mas a administração anterior levantou estas sanções, antes do que teria sido o colapso total do regime iraniano, através do acordo nuclear profundamente controverso de 2015 com o Irã”.
O acordo deu ao Irã uma liquidação em dinheiro de US$ 1,7 bilhão e um impulso financeiro imediato de mais de US$ 100 bilhões. Trump disse: “A parte mais triste do acordo para os Estados Unidos é que todo o dinheiro foi pago adiantado, o que é inauditável, ao invés de ao final do acordo, quando eles demonstrassem que respeitaram as regras.”
“Mas o que está feito está feito”, disse Trump, “e é por isso que estamos onde estamos”.
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