O presidente Donald Trump afirma que está trabalhando em um acordo com líderes democratas a fim de encontrar uma solução para a Action for Childhood Arrivals (DACA) — Ação Diferida para Chegadas Infantis, em traduçao livre — ao mesmo tempo em que garante segurança máxima na fronteira.
Trump reuniu-se com a presidente da minoria da Câmara, Nancy Pelosi, e o líder da minoria do Senado, Chuck Schumer, para discutir sobre o assunto da imigração durante o jantar.
Donald Trump disse que um acordo sobre a DACA está em andamento, mas enfatizou que deve haver “um entendimento” sobre o financiamento da construção do muro na fronteira com o México, como parte da decisão final.
“Nenhum acordo foi fechado ainda sobre a DACA”, publicou Trump em seu twitter no dia 14. “A segurança máxima da fronteira precisa ser um consenso para que haja uma decisão final. Deverá ser feita uma votação.”
Em 5 de setembro, o procurador-geral, Jeff Sessions, anunciou o fim da DACA, dizendo que a política da era de Obama, baseada num decreto, que era inconstitucional e que o Departamento de Justiça “não pode defender esse tipo de excesso”.
No mesmo dia, Trump disse que concederia ao Congresso seis meses para alcançar uma solução definitiva para a DACA.
“Não vou simplesmente cortar a DACA, mas também proporcionar uma janela de oportunidade para o Congresso finalmente agir”, disse Trump. Ele acrescentou que o Legislativo é responsável por escrever leis de imigração e não o Poder Executivo.
O ex-presidente Barack Obama instituiu a DACA em junho de 2012 como uma “medida temporária e paliativa”.
“Agora, vamos ser claros, isso não é anistia, não é imunidade, não é um caminho para a cidadania, não é uma solução permanente”, disse ele à época.
Desde junho de 2012, a DACA concedeu a quase 800 mil imigrantes ilegais uma prorrogação renovável de dois anos para sua deportação, bem como autorização de trabalho e acesso ao seguro social.
Os beneficiários da DACA precisam ter chegado ilegalmente ao país antes de completar 16 anos e ter menos de 31 anos ao solicitar o status, entre outros critérios.
Trump disse que tem “grande consideração” pelos beneficiários da DACA.
“Nós temos 800 mil jovens que foram trazidos para cá, que não têm culpa disso”, disse ele em 14 de setembro.
“Alguém em sã consciência iria querer se livrar de bons jovens, educados e realizados que possuem empregos, alguns inclusive servindo no Exército? Claro que não!”, tuitou Trump em 14 de setembro.
Donald Trump disse que parte do acordo sobre a DACA será ter uma “segurança maciça na fronteira”.
“E acho que tanto Nancy Pelosi como Chuck Schumer concordam com isso”, disse ele em 14 de setembro.
Em 13 de setembro, Trump declarou que ele e o Congresso estão “muito próximos” de chegar a um acordo.
Pelosi e Schumer fizeram uma declaração depois do jantar com Trump, dizendo que concordaram em apoiar a inserção da DACA na lei.
“O que falta ser negociado são os detalhes da segurança na fronteira, com o objetivo mútuo de definir todos os detalhes o mais rápido possível”, disseram, segundo o comunicado.
“Embora ambas as partes tenham concordado que o muro não faria parte deste acordo, o presidente deixou claro que pretende retomar esta questão mais tarde, e nós deixamos claro que continuaremos a nos opor.”
Em 14 de setembro, Trump disse que o presidente da Câmara, Paul Ryan, e o líder da maioria, Mitch McConnell, “embarcaram totalmente” no acordo da DACA, mas que devem incluir “uma muito, muito forte segurança de fronteira”.
Trump negou que estivessem planejando conceder cidadania americana aos beneficiários da DACA, mas declarou: “nós queremos cuidar das pessoas, mas antes disso é preciso construir o muro “.
Qualquer nova barreira na fronteira está suspensa por enquanto, exceto os reparos já em andamento.
“O muro que já está em construção através da renovação de cercas e paredes antigas já existentes continuará a ser construído”, disse Trump em 14 de setembro.
A idade média dos beneficiários da DACA é de 25 anos e os que possuem a idade máxima estão agora com 36. Oitenta e um por cento dos beneficiários são mexicanos, mas alguns provêm de países tão distantes como o Paquistão e as Filipinas. Nove por cento são cidadãos de El Salvador, Honduras e Guatemala.
Quarenta e cinco por cento dos beneficiários da DACA vivem na Califórnia e no Texas, com Nova York, Illinois e Flórida completando os cinco principais estados.
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