Trump discursa durante Marcha pela Vida

19/01/2018 21:47 Atualizado: 19/01/2018 23:18

Numa tarde ensolarada no Jardim das Rosas da Casa Branca, o presidente estadunidense Donald Trump expressou seu apoio ao movimento do direito à vida com observações transmitidas por meio de conexão via satélite conectada ao evento da 45ª Marcha pela Vida que ocorreu no Passeio Nacional na capital dos EUA, Washington, D.C.

Trump falou de amor, Deus e direitos.

Ele descreveu o movimento do direito à vida como “nascido do amor” e observou o tema da manifestação deste ano e da marcha é “o amor salva vidas”.

“Você acredita que cada vida é sagrada e que cada criança é um presente precioso de Deus”, disse Trump.

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O presidente relacionou sua posição pró-vida aos princípios fundadores da América. “Nós sempre defenderemos o primeiro direito na Declaração de Independência”, disse ele. A Declaração diz que “os homens … são dotados pelo Criador com certos direitos inalienáveis, que entre estes estão à Vida, Liberdade e busca da Felicidade”.

Trump criticou o efeito da decisão da Suprema Corte no caso “Roe vs. Wade”, que encerrou as restrições de muitos estados sobre o aborto.

Trump observou que “‘Roe vs. Wade’ resultou em algumas das leis de aborto mais permissivas em qualquer lugar do mundo”. Os Estados Unidos, disse Trump, é um dos sete países que permite abortos eletivos durante gravidez avançada, juntamente com a China, Coreia do Norte e outros.

O caso “Roe vs. Wade” foi decidido em 22 de janeiro de 1973 e a primeira Marcha pela Vida nasceu em oposição a isso, realizada em 22 de janeiro de 1974. Todos os anos desde a decisão do litígio, a marcha e a reunião ocorrem em torno da época do aniversário do caso, mesmo que o clima, diferentemente do dia ameno e ensolarado deste ano, seja muitas vezes desafiador.

No Passeio Nacional em Washington, dezenas de milhares se reuniram e assistiram a Trump num telão e o ouviram em alto-falantes, incluindo o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, antes de marcharem.

Um dos presentes era o diácono José Correa da Diocese Católica de Springfield, Massachusetts, que foi ao comício com um grupo de 22 pessoas.

EUA, Trump, Marcha pela Vida, direito à vida, aborto - O diácono Jose Correa (centro) e membros de um grupo de 22 pessoas que viajaram de Springfield, Massachusetts, para participar da 45ª Marcha pela Vida na capital dos EUA, Washington, D.C., em 19 de janeiro de 2018
O diácono Jose Correa (centro) e membros de um grupo de 22 pessoas que viajaram de Springfield, Massachusetts, para participar da 45ª Marcha pela Vida na capital dos EUA, Washington, D.C., em 19 de janeiro de 2018

Correa, de 56 anos, disse que tem participado por anos e continuará a vir, disse ele, até que a situação em relação ao aborto tenha mudado.

Ele deu razões religiosas e morais para se opor ao aborto. “Todos somos filhos de Deus”, disse ele. “Somente Deus dá a vida, e só Deus pode tirá-la.”

Ele também disse que num país como os Estados Unidos, que defende os direitos humanos, é obrigatório defender os direitos dos ainda não nascidos.

Trump disse que o povo americano está se tornando mais pró-vida.

Uma pesquisa da Gallup realizada em maio de 2017 mostra que 67% dos americanos se opõem ao aborto irrestrito. Desses, 18% consideram o aborto ilegal em todos os casos, 36% consideram legal em alguns casos e 13% consideram legal na maioria dos casos.

Trump tomou várias medidas para apoiar a causa pró-vida. Pouco depois de tomar posse, ele reintegrou a Política da Cidade do México, uma regra da era Reagan que proíbe que a ajuda estrangeira dos Estados Unidos seja usada para financiar abortos.

Ele também cortou o financiamento dos contribuintes para o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), que coopera com o programa da China de aborto forçado e esterilização.

Trump derrubou um regulamento emitido tardiamente pela gestão Obama que proibia os estados de retirarem o financiamento de certas instalações de aborto de seus programas de planejamento familiar financiados pelo governo federal.

Ele também expressou um forte apoio à Lei de Proteção à Criança Inata Suscetível à Dor (coloquialmente chamada de “Lei de Micah”), que impediria os abortos tardios após 20 semanas de gravidez, quando a ciência nos diz que um feto pode sofrer dor.

A gestão Trump emitiu uma orientação para fazer cumprir o requisito de que os dólares do contribuinte não deem suporte à cobertura do aborto em planos de intercâmbio do Obamacare.

Além disso, Trump tomou várias medidas para apoiar a liberdade religiosa e proteger os direitos de consciência dos indivíduos.

Colaboraram: Emal Akan & Samira Bouaou

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