O presidente estadunidense Donald Trump designou a Coreia do Norte como um Estado patrocinador do terrorismo na segunda-feira, possibilitando sanções adicionais contra Pyongyang, enquanto a isolada nação comunista continua tentando avançar seus programas de armas nucleares.
“Hoje, os Estados Unidos estão designando a Coreia do Norte como um Estado patrocinador do terrorismo”, disse Trump a jornalistas na Casa Branca. “Isso deveria ter ocorrido há muito tempo, deveria ter ocorrido anos atrás.”
Trump fez o anúncio durante breves comentários numa reunião no gabinete presidencial, dizendo que a designação formal e sanções adicionais viriam do Departamento do Tesouro.
Quando as novas sanções estiverem em vigor em cerca de duas semanas, será o mais alto nível de sanções já imposto à Coreia do Norte, disse ele.
Trump descreveu a Coreia do Norte como “um regime assassino” e disse que deve acabar com seu “desenvolvimento ilegais de mísseis nucleares e balísticos”, bem como seu apoio ao terrorismo internacional.
O anúncio ocorre uma semana após o retorno de Trump da Ásia, onde ele visitou cinco nações e trabalhou para promover a determinação internacional visando desnuclearizar a Coreia do Norte.
Durante a viagem de Trump ao Japão, um alto funcionário da administração discutiu o raciocínio por trás da redefinição da República Popular Democrática da Coreia numa entrevista coletiva em Tóquio em 5 de novembro.
“Quero dizer, se você for olhar para todas as vítimas no mundo da agressão da Coreia do Norte – seja explodindo aviões ou ataques terroristas no exterior, ou as centenas de ataques ocorridos ao longo das décadas contra pessoas dos EUA e da Coreia do Sul, ou o sequestro de cidadãos japoneses e, claro, os sul-coreanos que também foram sequestrados ao longo dos anos – levar-se-ia uma vida inteira para poder encontrar-se com todas as pessoas que foram vitimadas por esse regime”, disse o funcionário quando perguntado sobre os americanos que estavam cativos na Coreia do Norte.
Trump tem buscado uma estratégia multilateral para obrigar a Coreia do Norte a negociar o fim de seu programa de mísseis nucleares.
Além de pressionar por sanções para incapacitar a habilidade do regime de obter equipamentos necessários para seus programas de mísseis balísticos e bombas nucleares, a administração Trump tem promovido uma postura militar de maior destaque no Pacífico Ocidental.
Os exercícios militares em curso e a presença de três porta-aviões na região ajudaram a pressionar o regime chinês a aplicar as sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas para evitar uma potencial guerra na península coreana.
O movimento foi saudado com entusiasmo pelo Rep. Trent Franks (R-Ariz.).
É difícil prever o impacto econômico de sanções adicionais considerando o peso atual das sanções da ONU já existentes, mas um especialista na designação anterior do regime disse que o movimento isolará ainda mais o regime.
“Certamente, fortalece a reputação das sanções contra a Coreia do Norte”, disse Terence Roehrig, diretor do Grupo de Estudos da Ásia-Pacífico no Colégio da Guerra Naval dos EUA e autor de um estudo sobre a Coreia do Norte como um Estado na lista de patrocinadores do terrorismo.
“Não está inteiramente claro quais os impactos específicos que a [nova] designação da Coreia do Norte terão, uma vez que ela já está sob fortes sanções”, acrescentou.
A Coreia do Norte foi previamente designada como Estado patrocinador do terrorismo a partir de 1988, depois que o regime derrubou um voo sul-coreano em 1987.
O ex-presidente George W. Bush retirou o regime da lista como parte de um acordo anterior destinado a interromper o programa de armas nucleares da Coreia do Norte.