O presidente norte-americano Donald Trump respondeu em 3 de fevereiro às evidências contidas num memorando do Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes que mostra que altos funcionários do Departamento Federal de Investigação (FBI) e do Departamento de Justiça (DOJ) conscientemente usaram informações não verificadas para obter uma autorização baseada na Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISA) para espionar um membro da campanha presidencial de Trump.
O memorando foi divulgado ao público em 2 de fevereiro após quase um ano de pesquisa do Comitê de Inteligência da Câmara, presidido pelo congressista Devin Nunes (R-Calif.).
O documento de quatro páginas detalha as origens do mandado de vigilância da FISA que foi usado para espionar Carter Page, um conselheiro voluntário da campanha de Trump. O mandado da FISA também poderia ter sido usado, por meio de uma prática chamada de desmascaramento, para expandir o número de pessoas espionadas e assim incluir outros integrantes da equipe de Trump.
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Os mandados da FISA são considerados de natureza sensível, uma vez que envolvem potenciais problemas relacionadas à 4ª emenda da Constituição dos Estados Unidos e, para obter esse mandado, deve ser estabelecido e comprovado que um americano está trabalhando conscientemente com um governo estrangeiro.
No entanto, como o memorando revela, no caso de Carter Page, informações não comprovadas foram usadas para obter o mandado da FISA. Além disso, o Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira (FISC) foi deixado no escuro sobre o fato de que as alegações não foram verificadas e também sobre qual era sua fonte.
A fonte das alegações foi Christopher Steele, um ex-espião britânico contratado pela empresa de inteligência Fusion GPS, que por sua vez foi encomendada e paga pela campanha de Hillary Clinton e pelo Comitê Nacional Democrata (DNC), para produzir uma pesquisa da oposição sobre Trump.
Após a requisição inicial da FISA, o FBI e o DOJ solicitaram três extensões do mandado da FISA. Um mandado da FISA é concedido por um período de 90 dias, durante o qual todas as comunicações da(s) pessoa(s) envolvida(s) são monitoradas. Isso significa que Carter Page, e por extensão, outros membros da equipe de Trump, estiveram sob vigilância até quase um ano.
Em resposta ao memorando, o presidente Trump escreveu no Twitter que isso o exonera totalmente. Trump tem dito consistentemente que nunca houve colusão de sua parte com a Rússia, no entanto, as comunicações do edifício Trump Tower foram monitoradas pela gestão Obama.
Apesar de um ano de investigações, nenhuma evidência de colusão foi encontrada. Em vez disso, revelou-se que as alegações falsas foram motivadas pelo chamado dossiê Trump produzido pela Fusion GPS e pago pela campanha de Clinton e pelo DNC.
No ano passado, já foi revelado que funcionários principais da gestão Obama, incluindo a assessora de segurança nacional Susan Rice e a embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, fizeram dúzias, senão centenas, de pedidos de desmascarando da identidade de pessoas conectadas a Trump e membros de sua equipe durante e após as eleições.
“Mas a caça às bruxas sobre a interferência russa ainda continua. Não houve Colusão e não houve Obstrução (a palavra agora usada porque, depois de um ano de investigação incessante sem encontrar NADA, a colusão está morta)”, afirmou o presidente Trump no Twitter.
“Esta é uma desgraça americana!”
Além do memorando do Comitê de Inteligência da Câmara, o presidente do Comitê do Judiciário do Senado, Chuck Grassley (R-Iowa), está buscando desclassificar um memorando que seu Comitê produziu relacionado ao encaminhamento criminal destinado a Steele por mentir ao Comitê e ao FBI.
O inspetor-geral do Departamento de Justiça também está trabalhando separadamente num outro relatório que investiga a politização ou tendenciosidade que penetrou nas fileiras do FBI e do DOJ.
São esperados outros inquéritos como resultados das evidências apresentadas no memorando.
O congressista Paul Gosar (R-Ariz.) disse em resposta ao memorando que este mostra “provas claras e convincentes de traição”.
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