Trump define novo rumo dos EUA sobre regime comunista de Cuba

16/06/2017 21:23 Atualizado: 16/06/2017 21:48

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma mudança na política dos EUA sobre Cuba durante discurso em Miami nesta sexta-feira (16), onde criticou a política de seus predecessores em relação ao país comunista.

“Estou cancelando o acordo completamente unilateral do governo com Cuba”, disse Trump.

“Eles [Partido Democrata] fizeram um acordo com um governo que espalhou violência e instabilidade na região”, disse Trump, acrescentando que o governo de Barack Hussein Obama não recebeu nada em troca.

“Nós simplesmente não lutamos o suficiente, mas agora, esses dias acabaram”, disse Trump. “Agora nós é quem damos as cartas. A flexibilização das restrições de viagens e comércio pela administração anterior não ajuda o povo cubano. Eles apenas enriquecem o regime cubano”.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, documento assinado com novas diretrizes políticas sobre Cuba, ao fundo a dissidente cubana, Cary Roque (Mandel Ngan / AFP / Getty Images)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, documento assinado com novas diretrizes políticas sobre Cuba, ao fundo a dissidente cubana, Cary Roque (Mandel Ngan / AFP / Getty Images)

A nova política tem como objetivo forçar o cumprimento das leis dos EUA que regem o embargo permanente de Cuba, especialmente a proibição do turismo.

Também tentará responsabilizar o regime cubano por seus abusos dos direitos humanos e estabelecer as bases para uma maior liberdade econômica e política para o povo de Cuba.

Central para a nova política de Trump é restringir o fluxo de dinheiro que sai dos Estados Unidos para Cuba em direção ao Complexo Militar Cubano, o Grupo de Administração Empresarial (GAESA).

O GAESA domina a economia cubana, incluindo a maioria das transações relacionadas a viagens.

Enquanto isso, a administração Trump quer ver o dinheiro e o investimento fluir diretamente para o povo cubano, e ver indivíduos e entidades americanas desenvolvendo laços econômicos com o setor privado e com pequenas empresas em Cuba.

“A nova política deixa claro que o principal obstáculo para a prosperidade e a liberdade econômica do povo cubano é a prática dos militares cubanos de controlar praticamente todos os setores rentáveis ​​da economia”, diz um comunicado da Casa Branca.

A revisão de Obama para a política dos EUA sobre Cuba praticamente erradicou as restrições de viagem de forma a evitar a proibição estatutária de turismo para Cuba.

O presidente Barack Obama (D) aperta a mão do ditador cubano, Raul Castro (E), durante a Cúpula das Américas de 2015 (Mandel Ngan / AFP / Getty Images)
O presidente Barack Obama (D) aperta a mão do ditador cubano, Raul Castro (E), durante a Cúpula das Américas de 2015 (Mandel Ngan / AFP / Getty Images)

Sob a nova política, as viagens para fins educacionais não acadêmicos serão limitadas a viagens em grupo e autodirigidas, será proibida a viagem individual.

Os cubano-americanos, no entanto, poderão continuar a visitar suas famílias em Cuba.

Funcionários seniores da Casa Branca disseram que, se Cuba deseja alguma mudança no atual embargo, o país deve buscar reformas para acabar com a repressão política e religiosa.

A nova política direciona os departamentos do Tesouro e Comércio para emitir novos regulamentos, um processo que pode demorar vários meses.

As atuais políticas da administração de Obama estarão em vigor até então.

Tradução: Tradutores da Liberdade