Trump declina de entrevista à revista Time para ‘Personalidade do Ano’

28/11/2017 01:13 Atualizado: 29/11/2017 00:21

O presidente Donald Trump disse na sexta-feira (24) que recuou quando foi contatado pela revista Time sobre a possibilidade de ser novamente nomeado como ‘Personalidade do Ano’. Trump disse que sua equipe foi contatada pela publicação dizendo que ele provavelmente seria apresentado na revista.

“A Time Magazine ligou para dizer que eu provavelmente seria chamado ‘Homem (Personalidade) do Ano’, como no ano passado, mas eu teria que concordar com uma entrevista e uma grande sessão de fotos”, escreveu Trump num tuíte.

“Eu disse que provavelmente não é bom e recusei. Agradecimentos mesmo assim!”, escreveu.

A Time declarou Trump como a ‘Personalidade do Ano’ em 2016 após sua vitória nas eleições presidenciais sobre sua oponente democrata Hillary Clinton.

“Por quase 17 meses de campanha, Trump fez o que nenhum político americano tentou em uma geração, com um toque desafiante”, escreveu a revista à época.

(Cortesia da revista Time)
(Cortesia da revista Time)

Em resposta ao tuíte de Trump, a Time disse no Twitter que a revista “não comenta sobre nossa escolha até a publicação”.

A primeira edição do ‘Homem do Ano’ foi publicada pela Time em 1927. Ela foi publicada como um tampão, porque os editores perceberam que não haviam colocado Charles Lindbergh na capa da Time. De acordo com a Time, os editores acreditavam que ainda poderiam colocá-lo na cobertura meses após o seu vôo histórico em maio, chamando-o de ‘Homem do Ano’.

O critério que a revista usa é “a pessoa ou pessoas que mais afetaram as notícias e nossas vidas, para o bem ou o mal, e incorporaram o que foi importante ao longo do ano”.

Trump seria uma escolha natural para 2017, dado o impacto de longo alcance que sua presidência está tendo nos Estados Unidos e no mundo. Desde que Trump assumiu o posto em janeiro, cerca de 1,7 milhão de novos empregos foram gerados, o crescimento do PIB atingiu 3% no segundo e terceiro trimestres (acima de 1,6% em 2016), os mercados de ações valorizaram mais de US$ 5 trilhões, o ISIS perdeu seus principais baluartes e agora está fugindo, os cruzamentos ilegais sobre a fronteira do sul diminuíram 60%.

Trump também apresentou uma nova visão da posição dos Estados Unidos no mundo: um exemplo brilhante para outros países a se seguir, em vez de um que impõe seu modo de vida aos outros. Ele condenou vigorosamente os regimes e ideologias hostis, como o terrorismo islâmico e o comunismo. Ele está reduzindo o tamanho do governo para dar às pessoas mais poder de decisão sobre suas próprias vidas novamente.

O líder da maioria do Senado, Mitch McConnell (R-Ky.) (L) e o presidente Donald Trump, chegam para o almoço republicano do governo do Senado no Capitólio, em Washington, no dia 24 de outubro de 2017 (Chip Somodevilla/Getty Images)
O líder da maioria do Senado, Mitch McConnell (Rep.-Ky.) e o presidente Donald Trump, chegam para o almoço republicano do governo do Senado no Capitólio, em Washington, no dia 24 de outubro de 2017 (Chip Somodevilla/Getty Images)

Trump tem frequentemente denunciado organizações de mídia por suas reportagens tendenciosas contra ele ─ algo que pode ter desempenhado um papel em sua decisão de recusar a entrevista à revista Time.

O Pew Research Center descobriu que as mais de 3.000 matérias jornalísticas em 24 diferentes organizações de mídia que cobriram os primeiros 100 dias da presidência de Trump foram as mais negativas em comparação com outros presidentes nos últimos 25 anos.

A pesquisa, publicada em outubro, mostra que apenas 5% das reportagens da mídia durante este período foram positivos. Sessenta e dois por cento das histórias eram negativas e 33% não eram nem positivas nem negativas.

Em comparação, a cobertura ao presidente Barack Obama durante o mesmo período foi 42% positiva e 20% negativa. Para o presidente George W. Bush, o número foi 22% positivo e 28% negativo. E para o presidente Bill Clinton, 27% positivo e 28% negativo.

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