Trump critica Google por mostrar resultados de pesquisa tendenciosos

Teste realizado pelo Epoch Times confirma que os meios de comunicação progressistas dominam os resultados de busca de notícias

29/08/2018 15:30 Atualizado: 29/08/2018 15:30

Por Bowen Xiao, Epoch Times

O presidente Donald Trump criticou o Google por “manipular” os algoritmos de busca em uma série de publicações no Twitter, que parecem citar um relatório produzido pelo site conservador PJ Media que descobriu que a mídia progressista domina os resultados das buscas de notícias.

Trump acusou a empresa de mostrar uma prevalência de resultados mostrando “notícias falsas” e questionou se a prática era legal. Seu assessor econômico, Larry Kudlow, mais tarde disse a repórteres que a Casa Branca vai fazer “algumas investigações e algumas análises” sobre o Google, sem divulgar mais detalhes.

“Os resultados das buscas no Google para ‘Notícias sobre Trump’ mostram apenas os pontos de vista/cobertura da mídia propagadora de notícias falsas (fake news)”, escreveu Trump em 28 de agosto. “Em outras palavras, eles têm manipulado, para mim e para os outros, de modo que quase todas as histórias e notícias sejam ruins”.

“A falsa CNN é a mais famosa. A mídia republicana/conservadora e imparcial está fora. Ilegal? 96% dos […] resultados de ‘Notícias sobre Trump’ são da mídia nacional de esquerda, muito perigoso. Google e outros estão suprimindo as vozes dos conservadores e escondendo informações e notícias que são boas. Estão controlando o que podemos e não podemos ver. Esta é uma situação muito grave — vamos tratar disso!”

Dias antes, o relatório do site PJ Media descobriu que 96% dos resultados das pesquisas do Google sobre notícias do presidente eram provenientes da mídia progressista. As conclusões do relatório foram obtidas a partir de uma análise dos resultados de buscas feitas no Google para a palavra-chave “Trump” usando a guia “Notícias” do motor de busca. Os dados foram então comparados com o quadro de tendências de mídia da jornalista investigativa Sharyl Attkisson.

Um teste realizado pelo Epoch Times em 28 de agosto, usando métodos semelhantes, encontrou resultados semelhantes. Ao usar o modo anônimo do navegador Google Chrome (para que os cookies e o histórico de pesquisa não afetassem os resultados), uma busca por “Trump” revelou que 86% dos resultados exibidos pelo Google provinham da mídia progressista ou de esquerda.

Analisando apenas a primeira página de resultados, o Epoch Times descobriu que 3 dos 27 resultados mostrados provinham de fontes conservadoras, e que tinham sido produzidos por um único site: a Fox News. A maioria dos resultados mostrados eram da CNN, Washington Post e The New York Times, todos eles de tendência progressista.

Primeira página de resultados de pesquisa feita no Google para a palavra-chave "Trump", utilizando a guia "Notícias" do motor de busca, na terça-feira, 28 de agosto (Captura de tela)
Primeira página de resultados de pesquisa feita no Google para a palavra-chave “Trump”, utilizando a guia “Notícias” do motor de busca, na terça-feira, 28 de agosto (Captura de tela)

Os dois primeiros resultados eram do Washington Post e da ABC News, seguidos pela Fox News em terceiro lugar. A mídia que apareceu mais vezes foi a CNN, com um total de seis notícias.

Um representante do Google não quis responder a um pedido de comentários do Epoch Times sobre a reclamação de parcialidade até a hora do fechamento deste artigo.

Queixas de censura

Além do Google, outras empresas com influência internacional, como Facebook e Twitter, também têm sido criticadas e denunciadas por terem censurado vozes conservadoras.

No início deste mês, o Facebook penalizou severamente a PragerU, uma organização sem fins lucrativos que produz vídeos educativos conservadores, apenas para remover as penalidades e pedir desculpas um dia depois, dizendo que as sanções tinham sido um erro. Essa foi a mais nova desculpa apresentada em uma série de incidentes semelhantes.

Primeira página de resultados de pesquisa feita no Google para a palavra-chave "Trump", utilizando a guia "Notícias" do motor de busca, na terça-feira, 28 de agosto (Captura de tela)
Primeira página de resultados de pesquisa feita no Google para a palavra-chave “Trump”, utilizando a guia “Notícias” do motor de busca, na terça-feira, 28 de agosto (Captura de tela)

“Acabamos de descobrir que PragerU está sendo fortemente censurada e sujeita à ‘Shadow Ban’ no Facebook”, disse em uma postagem Will Witt, uma voz influente da PragerU nas redes sociais.

Shadow Banning é um termo usado para descrever a prática das plataformas de redes sociais de reduzir ou limitar a visibilidade do conteúdo de um usuário.

Em janeiro, a organização sem fins lucrativos Project Veritas publicou uma série de vídeos de funcionários atuais e anteriores do Twitter, descrevendo aos pesquisadores como a empresa utiliza uma série de ferramentas para identificar usuários com pontos de vista conservadores, pró-Trump, pró-EUA ou mesmo pró-Deus, e convertê-los em alvos da censura.

O CEO do Twitter, Jack Dorsey, também admitiu em uma recente entrevista com a CNN que ele e a maioria dos funcionários da empresa compartilham uma tendência de “esquerda”.

Em outro incidente, Twitter e Facebook voltaram atrás na decisão de bloquear um vídeo da campanha da candidata para o Congresso Elizabeth Heng, republicana da Califórnia, após uma “revisão adicional”. Seu vídeo incluía imagens explícitas mostrando o genocídio comunista no Camboja, do qual seus pais sobreviveram nos anos 70. Heng argumentou que a história de seus pais tinha uma profunda relevância pessoal.

Primeira página de resultados de pesquisa feita no Google para a palavra-chave "Trump", utilizando a guia "Notícias" do motor de busca, na terça-feira, 28 de agosto (Captura de tela)
Primeira página de resultados de pesquisa feita no Google para a palavra-chave “Trump”, utilizando a guia “Notícias” do motor de busca, na terça-feira, 28 de agosto (Captura de tela)

Uma descoberta-chave mencionada em um relatório da NewsBusters, site lançado pelo Media Research Center (MRC), revela que o número de assessores progressistas no Twitter excede em muito o de conservadores.

“Doze dos vinte e cinco membros norte-americanos do Conselho de Segurança e Confiança do Twitter — que ajuda a orientar suas políticas — são progressistas, e apenas um é conservador”, diz o relatório.

O documento, que investigou como as plataformas de redes sociais suprimem o conteúdo conservador, descreveu que o que eles encontraram é “muito mais problemático do que a maioria dos conservadores se dá conta”.

Outra descoberta revelou que empresas de tecnologia como Facebook e Google têm feito parcerias com organizações de fact checking “anticonservadoras”. O programa de marcadores do Facebook permitiu que Snopes, PolitiFact e ABC News, mídias de tendência esquerdista, definam o que são e o que não são fake news.

O relatório indicou ainda que os fact checkers do Google haviam “acusado as fontes conservadoras de fazer afirmações que não apareciam em seus artigos e que tinham ‘verificado os fatos’ de fontes conservadoras de maneira desproporcional”.