O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou que não descarta a intervenção militar como opção para enfrentar a crescente instabilidade na Venezuela.
A Venezuela deslizou em direção a um estágio mais volátil de transtorno nos últimos dias, com forças antigoverno saqueando armas de uma base militar depois que um novo corpo legislativo socialista usurpou a autoridade do Congresso, controlado pela oposição.
“As pessoas estão sofrendo e estão morrendo. Temos muitas opções para a Venezuela, incluindo uma possível opção militar, se necessário”, declarou Trump.
A Casa Branca informou em comunicado que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, tentou um telefonema com Trump na sexta-feira (11), mas que Trump com prazer conversaria com o líder socialista da Venezuela somente quando a democracia fosse restaurada naquele país.
A Venezuela era um dos países mais ricos da América do Sul antes de Hugo Chávez instituir reformas socialistas, que devastaram sua economia. Maduro assumiu o cargo de Chávez em 2013 e continuou suas políticas, mergulhando o país na pobreza e fome generalizadas.
Autoridades venezuelanas disseram que há muito tempo os oficiais americanos estavam planejando uma invasão. Um ex-general militar disse à Reuters no início deste ano que alguns mísseis antiaéreos foram colocados ao longo da costa do país precisamente naquela eventualidade.
Em Washington, o Pentágono disse que os militares dos EUA estavam prontos para apoiar os esforços de proteção aos cidadãos dos Estados Unidos e os interesses nacionais americanos, mas que as insinuações de Caracas sobre uma invasão planejada dos EUA eram “infundadas”.
A sugestão de Trump sobre possíveis ações militares foi feita em uma semana em que ameaçou reinteradamente dar uma resposta militar se a Coreia do Norte continuasse ameaçando os Estados Unidos ou seus aliados.
Perguntado se as forças americanas lançariam uma operação na Venezuela, Trump preferiu não fornecer detalhes. “Nós não falamos sobre isso, mas uma operação militar ─ uma opção militar ─ certamente é algo que podemos seguir”, disse ele.
Os militares dos EUA não intervieram diretamente na região desde a operação de 1994-1995, que visou a remover do Haiti um governo militar instalado após o golpe de 1991.
Os Estados Unidos sancionaram Nicolás Maduro e outros funcionários venezuelanos em julho, depois que Maduro instalou uma Assembleia Constituinte dirigida por seus leais do Partido Socialista Unido e perseguiu os personagens da oposição. As eleições da Assembleia desencadearam a condenação internacional, com os críticos afirmando que o acontecimento liquidou as dúvidas remanescentes sobre a natureza do poder de Maduro.
Washington não aplicou sanções à indústria petrolífera do membro da OPEP, que fornece aos Estados Unidos cerca de 740 mil barris por dia de petróleo.
A Venezuela possui um arsenal de 5.000 armas MANPADS solo-ar de fabricação russa, de acordo com documentos militares obtidos pela Reuters. Possui o maior arsenal conhecido na América Latina, acrescentando uma preocupação para os oficiais americanos diante da crescente turbulência no país.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas foi informado a portas fechadas sobre a Venezuela em maio, a pedido dos Estados Unidos. Na época, o embaixador dos EUA, Nikki Haley, disse que Washington estava apenas tentando conscientizar sobre a situação e não sugerindo nenhuma ação por parte do Conselho de Segurança, constituído de 15 membros.
Com informações da Reuters
Fonte: NTD Television