Por Agência EFE
Estados Unidos e Coreia do Sul assinaram nesta segunda-feira (24) uma revisão de seus tratados em comércio, o que marca a primeira vez em que o presidente norte-americano, Donald Trump, conseguiu modificar um acordo nessa área desde que chegou ao poder.
Trump e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, assinaram em Nova Iorque uma versão modificada do acordo comercial em vigor desde 2012, seis meses depois de anunciarem que haviam chegado a um pré-acordo para mudar o regime de comércio bilateral.
“Isso é algo muito importante. É um grande dia para Estados Unidos e Coreia do Sul”, disse Trump antes de assinar o acordo.
“Dedicamos muitos esforços para chegar a esse marco histórico comercial, algo que a maioria das pessoas pensou que não iria ocorrer”, acrescentou.
Trump, que no ano passado planejou retirar os Estados Unidos do acordo comercial com a Coreia do Sul, lembrou que está renegociando também outros pactos para que sejam “justos e recíprocos”, sem mencionar o Tratado de Livre-comércio da América do Norte (Nafta), com México e Canadá.
Para entrar em vigor, o acordo ainda deve ser ratificado no Parlamento sul-coreano, onde alguns legisladores advertiram que não o aprovarão se Trump cumprir a promessa de impor tarifas a automóveis de alguns países, entre eles os da Coreia do Sul.
As modificações incluídas na revisão do pacto são limitadas, e o mais importante é a ampliação — de 25 mil para 50 mil — do número de veículos de cada montadora que os Estados Unidos poderão exportar a cada ano, sob seus próprios padrões, à Coreia do Sul.
Além disso, será estendida até 2041 a tarifa de 25% que Washington impõe às caminhonetes sul-coreanas, que expiraria em 2021 pelo pacto comercial.
A Coreia do Sul também conseguiu incluir as companhias farmacêuticas americanas nesse ano em seu programa de preços especiais para remédios inovadores, e o acordo exime Seul das tarifas ao aço estrangeiro impostas por Trump, mas haverá uma barreira de 10% às importações de alumínio sul-coreano.
“Esse novo acordo inclui melhorias significativas para reduzir nosso déficit comercial e para aumentar as oportunidades de exportar produtos americanos à Coreia do Sul”, afirmou Trump.
“Os melhores automóveis, os remédios inovadores e as colheitas agrícolas terão agora muito melhor acesso aos mercados sul-coreanos. Acredito que nossos agricultores estarão muito satisfeitos (…) É um mercado aberto”, acrescentou.
Moon, por sua vez, comemorou que o acordo elimine “os pontos de incerteza” que cercavam a relação comercial bilateral desde que Trump manifestou o interesse de renegociar o pacto, e opinou que as condições de negócio serão agora “mais estáveis”.
“Agora poderemos expandir nosso comércio e investimentos (…) e solidificar nossa cooperação em outros campos”, afirmou Moon.
