Por EFE
Washington, 16 jun – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta terça-feira um decreto que visa dar incentivos financeiros aos departamentos de Polícia que melhorem a formação dos agentes e crie parâmetros sobre o uso da força nas abordagens.
“Esses padrões serão tão altos e fortes quanto é possível na Terra”, afirmou o chefe de governo, pouco antes de homologar o documento, que é considerado mais tímido do que pedem os ativistas antirracismo, que tomaram as ruas do país nas últimas semanas.
Os departamentos de Polícia que quiserem receber os fundos federais deverão passar por um processo de certificação, em que se comprometerão, entre outras coisas, a proibir a prática de agarrar pessoas pelo pescoço durante abordagens, para dificultar a respiração e facilitar a imobilização.
O comportamento só será dispensado com a vida de um agente estiver em perigo.
Em Minneapolis, no dia 25 de maio, durante a tentativa de deter George Floyd, um homem negro que foi apontado como suspeito de utilizar nota falsa de dinheiro em um supermercado, um policial colocou um dos joelhos para apertar o pescoço dele, provocando sufocamento que resultou em morte.
Segundo analistas, o impacto da medida é limitado, já que não há qualquer obrigação que departamentos locais de Polícia adotem medidas de menor uso de força. Trump, no entanto, se comprometeu a trabalhar com o Congresso por medidas mais firmes de reforma.
O decreto assinado hoje também busca fortalecer uma base de dados nacional, para que os agentes despedidos por negligência ou conduta inapropriada em uma cidade, não se incorporem facilmente no departamento de outra.
Hoje, o presidente americano falou com a imprensa após se reunir de maneira privada com os familiares de uma dezena de cidadãos negros que morreram vítima de crimes de ódio, alguns que perderam a vida pelas mãos de policiais.
Parentes de Floyd, no entanto, não estiveram no encontro, em que Trump reforçou ter se comprometido com a repetição de casos como os que os atingiram.
A assinatura do decreto sobre o uso da força, contudo, não contou com a presença dos familiares de negros mortos, mas sim com vários representantes de órgãos de segurança e de sindicatos de policiais.
O presidente dos EUA destacou que apenas uma pequena porcentagem de agentes comete atos de brutalidade e racismo. Além disso, garantiu que a grande maioria dos americanos, “mesmo que não saibam”, estão de acordo com o lema eleitoral que adotou: “Lei e ordem”.
Trump ainda afirmou que é contra a reivindicação do movimento “Black Lives Matter” (Vidas pretas importam), de que sejam cortados os fundos dos departamentos de polícia.
