Trump apresenta plano à população que declara Ku Klux Klan e Antifa terroristas

26/09/2020 17:39 Atualizado: 26/09/2020 17:39

Por Agência EFE

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou nesta sexta-feira(25) o que chamou de plano Platinum, para atrair eleitores da população negra, com promessas como classificar a organização Ku Klux Klan (KKK) e o movimento Antifa como grupos terroristas e declarar como feriado nacional o dia 19 de junho, quando é celebrada a festa que comemora a emancipação dos escravos, conhecida como Juneteenth.

“Estou aqui para anunciar um novo plano para trazer mais oportunidades, mais segurança, mais justiça e mais prosperidade à comunidade negra”, disse Trump em ato de campanha em Atlanta, no estado da Geórgia.

Segundo o mandatário, trata-se de “um contrato com os americanos negros, e vai ser algo que as pessoas vão falar por muito tempo”.

“Se eles votarem nos republicanos por mais quatro anos, criaremos 3 milhões de novos empregos para a comunidade negra, abriremos 500 mil novos negócios com proprietários negros, aumentaremos o acesso da comunidade negra ao capital em US$ 500 bilhões”, anunciou.

Trump enfatizou que a iniciativa incluirá investimentos no desenvolvimento de comunidades e instituições financeiras, além de “construir bairros urbanos pacíficos e mais seguros com os mais altos padrões de vigilância policial”.

No discurso, Trump ofereceu poucos detalhes sobre o projeto, que, de acordo com um documento divulgado pela equipe de campanha, inclui “processar o KKK e o Antifa como organizações terroristas” e fazer com que o “linchamento”, um termo associado nos EUA com o assassinato e enforcamento de negros por motivos racistas, seja condenado em nível nacional.

A iniciativa também prevê que o Juneteenth se torne um feriado nacional. A celebração remonta ao dia 19 de junho de 1865, quando um general da União, Gordon Granger, leu uma ordem federal declarando liberdade para escravos negros em Galveston, Texas, dois anos e meio após o presidente Abraham Lincoln ter assinado a Proclamação de Emancipação.

O plano busca promover oportunidades econômicas para pequenas empresas administradas por cidadãos negros com US$ 400 bilhões em empréstimos e assistência técnica.

O anúncio da iniciativa vem após o retorno dos protestos raciais em algumas partes do país, depois que a promotoria decidiu não acusar de assassinato os policiais envolvidos na morte da cidadã negra Breonna Taylor, em março, em Louisville, no Kentucky.

Taylor morreu após ser baleada seis vezes em uma batida policial em sua casa por três policiais à paisana que atiraram indiscriminadamente depois que o namorado da mulher os confundiu com assaltantes e atirou.

Desde o início dos protestos, Trump tem culpado o movimento Antifa de estar por trás da organização dos tumultos nas principais cidades do país.

Antifa é um movimento anarquista sem estrutura hierárquica ou programa claro, cujos objetivos vão desde a mais radical luta antissistema até a busca de justiça social. O objetivo mais comum de seus apoiadores é derrubar grupos fascistas, racistas, neonazistas e de extrema direita.

 

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