Por EFE
Washington, 14 jul – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira que assinou um decreto para encerrar o tratamento econômico e comercial especial concedido a Hong Kong, além de uma lei com a qual aplicará novas sanções à China por ter “extinguido a liberdade” da região.
“Assinei um decreto que põe fim ao tratamento especial dos EUA a Hong Kong. Agora, será tratada igual à China continental”, inclusive na imposição de sanções, disse Trump em entrevista coletiva na Casa Branca.
“Eles não terão privilégios especiais, nenhum tratamento econômico especial, e não podem exportar tecnologias sensíveis para nós. Além disso, eles já sabem que colocamos tarifas maciças sobre a China”, completou o chefe de governo, sugerindo que essas tarifas também serão aplicadas aos produtos de Hong Kong.
O decreto de Trump representa mais um passo à frente em relação a seu anúncio em maio, quando ordenou que o seu governo minimizasse o tratamento preferencial dado à região, um status que ajudou a tornar a ex-colônia britânica um centro financeiro global durante as duas últimas décadas.
A medida é parte da retaliação de Washington pela aprovação da polêmica lei de segurança nacional sobre Hong Kong, que tenta proibir qualquer ato de “subversão contra o governo central chinês” na área e que Trump vê como uma forma de oprimir o território.
“Hoje assinei uma lei que me dá novas e poderosas ferramentas para responsabilizar os indivíduos e entidades envolvidos na extinção da liberdade de Hong Kong”, declarou.
O presidente se referia à Lei da Autonomia de Hong Kong, recentemente aprovado pelo Congresso, que permite ao governo americano impor sanções contra indivíduos e bancos estrangeiros que contribuíram para a suposta erosão da autonomia do território semiautônomo.
“(Hong Kong) Não será mais capaz de competir com os mercados livres. Suspeito que muitas pessoas vão deixar Hong Kong, e teremos mais negócios (nos Estados Unidos) por causa disso, porque acabamos de perder um grande concorrente”, opinou.
O anúncio do Trump veio horas depois que a China anunciou sanções contra a empresa de armas Lockheed Martin, sediada nos EUA, e em meio à escalada das tensões com Pequim sobre Hong Kong, a pandemia da Covid-19 e outras questões.
A entrevista coletiva rapidamente se transformou em um longo comício, no qual o presidente, que provavelmente tentará a reeleição em novembro deste ano, comentou uma a uma as promessas eleitorais do pré-candidato do Partido Democrata, o ex-vice-presidente Joe Biden.
Segundo Trump, o entorno de Biden vem sendo um presente para os chineses e, caso ele chegue ao poder, aplicará uma ideologia única com relação à Venezuela e abrirá as fronteiras dos EUA a criminosos com políticas de imigração frouxas.