Trump anuncia saída do procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions

Situação entre Trump e Sessions andava tensa como consequência da decisão do procurador-geral de se inibir diante da investigação sobre o suposto esquema de ingerência russa nas eleições

07/11/2018 19:19 Atualizado: 07/11/2018 19:19

Por Agência EFE

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (7) a saída do procurador-geral do país, Jeff Sessions, que renunciou ao cargo a pedido do próprio governante.

“Estamos felizes de anunciar que Matthew Whitaker, chefe de gabinete do procurador-geral Jeff Sessions no Departamento de Justiça, se tornará o procurador-geral interino dos Estados Unidos”, anunciou Trump pelo Twitter.

“Agradecemos ao procurador-geral Jeff Sessions pelo seu serviço e lhe desejamos o bem. Um substituto permanente será nomeado em uma data posterior”, completou.

O até então principal representante da Justiça no governo comunicou a renúncia em carta enviada ao presidente, divulgada nesta quarta-feira, na qual a data não é detalhada.

“Ao seu pedido, envio minha renúncia”, afirma Sessions na carta assinada por ele, na qual não faz nenhuma crítica ao governante e se limita a agradecer o trabalho realizado pelo departamento que dirigia.

A situação entre Trump e Sessions andava tensa, com altos e baixos há mais de um ano, como consequência da decisão do procurador-geral de se inibir diante da investigação sobre o suposto esquema de ingerência russa nas eleições por causa dos contatos que tinha com Moscou.

Esse passo precedeu a nomeação do procurador especial Robert Mueller, encarregado de investigar de forma independente a suposta coordenação entre a campanha do presidente norte-americano e o Kremlin no pleito de 2016.

Em agosto, Trump denunciou que “Jeff Sessions se afastou, algo que não deveria ter feito ou que deveria ter dito”.

“Aceitou o trabalho e depois disse: ‘Vou me separar (da investigação sobre a Rússia)’. Que tipo de homem é esse?”, disse Trump na época.

O presidente nunca aceitou o passo dado por Sessions, que levou o “número dois” do Departamento de Justiça, Rod Rosenstein, a assumir as investigações e nomear Mueller.