A Coreia do Norte sofrerá novas sanções significativas, anunciou o presidente estadunidense Donald Trump via Twitter na quarta-feira, 29 de novembro.
O anúncio de Trump ocorre enquanto as principais nações regionais se mobilizam para aumentar as penalidades econômicas contra a Coreia do Norte após seu último teste de mísseis. O regime lançou um míssil balístico intercontinental no espaço em 28 de novembro.
“Acabei de falar com o presidente chinês Xi Jinping sobre as ações provocativas da Coreia do Norte. Serão impostas sanções adicionais importantes à Coreia do Norte hoje. Esta situação será tratada!”, escreveu Trump no Twitter.
O jornal oficial do Partido Comunista Chinês escreveu sobre o anúncio de Trump e o compromisso da China de interromper o programa nuclear do ditador norte-coreano Kim Jong-un. O Diário do Povo informou que Xi Jinping disse a Trump que a desnuclearização da Península Coreana é um “objetivo inabalável” da China.
A Coreia do Sul e o Japão também estão preparados para incentivar as Nações Unidas (ONU) a adotarem novas medidas, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap em 29 de novembro.
“Os líderes da Coreia do Sul e do Japão concordaram na quarta-feira em conseguir novas sanções da ONU contra a Coreia do Norte, dizendo que não podem mais tolerar provocações norte-coreanas”, informou o Yonhap.
O anúncio veio depois de um telefonema de 20 minutos entre o presidente sul-coreano Moon Jae-in e o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.
Os dois líderes concordaram em aproveitar a próxima reunião de 30 de novembro do Conselho de Segurança da ONU para aumentar a pressão contra o regime norte-coreano.
Moon também disse que, quando ele visitar a China em dezembro, pedirá a Xi Jinping que tome mais medidas para parar as provocações da Coreia do Norte. O líder japonês concordou.
“O primeiro-ministro Abe enfatizou que era importante que a China desempenhasse um papel maior na pressão sobre a Coreia do Norte”, disse Yoon Young-chan, o secretário-chefe de impressa de Moon, a repórteres.
Yoon disse que Moon Jae-in queria reunir-se com Shinzo Abe e Xi Jinping em Tóquio em breve.
A Coreia do Norte levou os Estados Unidos e seus aliados a adotarem novas ações contra o isolado regime após ter disparado seu primeiro míssil em 75 dias.
Com o lançamento, a Coreia do Norte está afirmando que completou sua “força nuclear do Estado”.
“Com este sistema, a República Popular Democrática da Coreia mostrou-se detentora de um novo sistema de armas de míssil balístico intercontinental, capaz de transportar uma ogiva nuclear superpesada e alcançar todo o continente dos Estados Unidos”, informou a mídia estatal norte-coreana KCNA em 29 de novembro.
O artigo disse que o lançamento “deveria ser especialmente registrado na história do país”.
Mas especialistas permanecem duvidosos se o míssil é tão capaz quanto Pyongyang o vangloria.
Os meios de comunicação norte-coreanos não mencionaram se suas ogivas nucleares poderiam suportar o calor extremo e a pressão da reentrada.
“Para testar a tecnologia de reentrada, é necessário disparar um míssil numa trajetória padrão. O Norte provavelmente não conseguiu (dominar) isso”, disse Chang Young-keun, um especialista em mísseis da Universidade Aeroespacial da Coreia, ao Yonhap.
Apesar dessas dúvidas, o míssil ainda marca um novo nível de capacidade do regime norte-coreano, atraindo críticas de vários líderes mundiais.
Após o lançamento, o congressista estadunidense Trent Franks (R-Ariz.) disse que os Estados Unidos devem buscar uma defesa de mísseis espacial.
Falando com a Fox News, Franks também advertiu sobre as terríveis consequências se a Coreia do Norte vier a atacar os Estados Unidos.
“A Coreia do Norte deve entender que se eles lançarem com sucesso uma arma nuclear e atingirem qualquer população civil dos EUA, eles precisarão de um contador Geiger para encontrar Pyongyang”, disse ele.