Trump afirma que seu botão nuclear “é maior e mais poderoso” que o de Kim Jong-Un

04/01/2018 11:30 Atualizado: 04/01/2018 11:30

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu a Coreia do Norte de que as capacidades nucleares norte-americanas são “muito maiores [e] mais poderosas” do que as da nação asiática.

“O líder norte-coreano Kim Jong-un disse que ‘tem um botão nuclear em sua mesa'”, assim começa a mensagem de Trump. “Alguém desse enfraquecido e faminto regime poderia informá-lo que eu também tenho um botão nuclear, e que ele é muito maior e mais poderoso que o dele e que meu botão funciona?!”, afirmou.

Trump respondeu assim à afirmação feita por Kim no último dia de 2017, quando disse que tem o botão para lançar armas nucleares em sua mesa e que todo o território dos Estados Unidos está ao seu alcance.

No final de 2017, Trump declarou a Coreia do Norte como patrocinadora do terrorismo.

Essa designação abriu as portas para sanções adicionais contra Pyongyang, pois o país continua a desenvolver programas de armas nucleares. Em seu argumento, ele disse que esse país “apoiou repetidamente atos de terrorismo internacional, incluindo assassinatos em território estrangeiro”, de acordo com a Fox News.

A Coreia do Norte já constou da lista antes, mas foi retirada pelo governo de George Bush em 2008.

Desde que Trump foi eleito presidente, ele vem enfrentando a escalada de testes nucleares e de mísseis da Coreia do Norte, usando diferentes formas de dirigir-se ao ditador norte-coreano Kim Jong-un.

Homem-foguete

Em setembro de 2017, em resposta a declarações feitas pelo líder norte-coreano, Trump disse às Nações Unidas que o “Homem-foguete” — como costuma se referir a Kim Jong-un — encontra-se em uma missão suicida.

Ele também expressou o alcance do problema que a Coreia do Norte representa para os Estados Unidos, ao afirmar que, se o país continuar com seu programa nuclear e de mísseis, “não teremos outra escolha senão destruir totalmente a Coreia do Norte”.

“Prontas e carregadas”

Trump advertiu Kim nas redes sociais, em 11 de agosto, para que não siga adiante com seus testes de mísseis balísticos e disse que “as soluções militares estão prontas, garantidas e carregadas caso a Coreia do Norte atue imprudentemente.”

“Espero que Kim Jong-un encontre outro caminho!”, escreveu o presidente em sua conta no Twitter.

Ameaça de Kim às Ilhas Guam

Também durante o mês de agosto de 2017, Trump disse que responderá com “fogo e fúria” se Pyongyang ameaçar os Estados Unidos com armas nucleares.

No entanto, as tensões continuaram a crescer e Trump sentiu a necessidade de esclarecer ao líder norte-coreano que seu aviso para a Coreia do Norte talvez “não tenha sido suficientemente clara”.

A paciência estratégica acabou

Entre as frases ditas pelo presidente Trump, esta é uma das que mais incertezas gerou. Talvez muitos tenham sentido a inevitabilidade do conflito militar entre os dois países.

Depois de se encontrar com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, em Washington-DC em junho de 2017, Trump disse que a “era da paciência estratégica com o regime da Coreia do Norte acabou”.

Donald Trump se encontra com seu homólogo sul-coreano, Moon Jae-in (Mark Wilson/Getty Images)
Donald Trump se encontra com seu homólogo sul-coreano, Moon Jae-in (Mark Wilson/Getty Images)

“Francamente, a paciência acabou”, disse ele.

“Só uma coisa pode funcionar”

No mês de outubro novamente Trump soltou uma frase no Twitter que causou grande efeito em todos os meios de comunicação.

Ele reclamou que 25 anos de diplomacia e negociação com a Coreia do Norte não tiveram frutos e que Pyongyang violou todos os acordos firmados. “Eu sinto muito, mas apenas uma coisa vai funcionar!” avisou Trump em sua conta no Twitter. Até hoje, ninguém sabe a que se referia o presidente.

O aviso mais sério de Trump

“Não nos subestime nem nos teste”, deixou claro o presidente norte-americano, como um aviso ao líder do regime comunista norte-coreano durante seu discurso na Assembleia Nacional da Coreia do Sul em 7 de novembro.

De acordo com suas palavras: “(Estados Unidos) não busca conflito ou confronto, mas nunca fugiremos disso. A história está repleta de exemplos de regimes descartados que quiseram testar tolamente a posição dos Estados Unidos “.

No entanto, as tensões não diminuíram. A Coreia do Norte respondeu com a determinação de continuar sua corrida armamentista, o que lhe permitirá expandir seu poder atômico com mísseis intercontinentais.

(STR/AFP/Getty Images)
(STR/AFP/Getty Images)

Apesar disso, durante sua viagem à Ásia, começando pela Coreia do Sul, o presidente Donald Trump exortou a Coreia do Norte a sentar-se à mesa de negociações e ajudar a chegar a um acordo.

Por fim, ele se mostrou otimista ao sugerir que “no final, tudo se resolverá com a Coreia do Norte”, e acrescentou: “Deus permita que nunca tenhamos que usar a força militar contra a Coreia do Norte”.

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