O presidente Donald Trump abriu as portas para uma solução pacífica da crise nuclear norte-coreana.
Ao discursar perante a Assembleia Nacional da Coreia do Sul em 7 de novembro, Trump transmitiu uma mensagem pessoal ao ditador Kim Jong-un.
“Eu vim a esta península também para transmitir uma mensagem diretamente ao líder da ditadura norte-coreana: as armas que você está adquirindo não o tornam mais seguro. Você está colocando seu regime em sério perigo. Cada passo que você dá neste caminho sombrio aumenta o perigo que você enfrenta”, disse o presidente norte-americano.
No entanto, apesar da incessante busca de armas nucleares pela Coreia do Norte e suas frequentes ameaças de usá-las contra os Estados Unidos e seus aliados-chave, Trump disse que há um caminho a seguir.
“Apesar de todos os crimes que você cometeu contra Deus e contra o homem, estamos prontos para oferecer, e nós o faremos: propomos um caminho para um futuro muito melhor”, confirmou o presidente dos Estados Unidos.
“Comece com o fim da agressão de seu regime, o fim do desenvolvimento de mísseis balísticos e a desnuclearização completa, verificável e total”.
Esse futuro melhor poderia ser encontrado no elogio que Trump fez à Coreia do Sul em seu discurso.
“Família por família, cidade por cidade, o povo da Coreia do Sul transformou este país no que ele é hoje, uma das grandes nações do mundo. E eu os parabenizo. Em menos de uma vida, a Coreia do Sul saiu de uma devastação total para transformar-se numa das nações mais ricas do planeta”, disse ele.
“Hoje, sua economia é mais de 350 vezes maior que a de 1960. O comércio aumentou 1.900 vezes. A expectativa de vida passou de 53 anos para mais de 82”.
A declaração do presidente norte-americano na Coreia do Sul está em consonância com seu impulso por uma solução diplomática para a crise. No mês passado, o secretário de Estado Rex Tillerson declarou à CNN que Trump o havia instruído para que encontrasse uma solução diplomática, enquanto eram feitos planos militares de contingência para pressionar Kim Jon-un a comparecer à mesa de negociações.
Com esses planos militares em andamento, incluindo a manobra de levar três porta-aviões para o Pacífico Ocidental, o presidente americano, um fiel adepto da doutrina da paz através da força, está exercendo pressão pessoal para levar Kim à mesa de negociações.
Um tweet de 12 de novembro publicado por Trump sinaliza a mudança de estratégia do presidente americano. Ao responder à mídia estatal da Coreia do Norte que o descreveu como “um velho lunático”, Trump disse que de sua parte “nunca chamaria Kim de baixo e gordo” e acrescentou que está se esforçando muito “para ser seu amigo”.
Embora o tweet possa ser interpretado de muitas maneiras diferentes, inclusive como uma simples resposta contra o insulto norte-coreano combinado com o sarcasmo de tentar ser amigos, pode realmente sinalizar uma mudança na estratégia do presidente americano.
Apesar da ameaça da força militar, a Coreia do Norte não se envolveu em negociações sobre seu programa nuclear. Expandir a oferta de um futuro melhor para a Coreia do Norte e o compromisso pessoal proporciona outra maneira de fomentar o diálogo.
Why would Kim Jong-un insult me by calling me "old," when I would NEVER call him "short and fat?" Oh well, I try so hard to be his friend – and maybe someday that will happen!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) November 12, 2017
A construção de relações do presidente norte-americano com outros líderes tem sido útil até agora. Ele cultivou uma estreita relação com o presidente chinês Xi Jinping, o que resultou em que a China ampliasse as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU para contrariar a Coreia do Norte.
Japão, Coreia do Sul, China, Vietnã, Filipinas e Austrália estão entre as nações que se comprometeram a ajudar os Estados Unidos a resolver a crise nuclear da Coreia do Norte.
“A situação na Coreia do Norte ainda é um problema”, afirmou Trump em 12 de novembro, enquanto esteve nas Filipinas.
“O presidente Xi, acho que será de grande ajuda… Espero que a Rússia também seja de grande ajuda”, afirmou.
Embora o presidente americano tenha cultivado uma estreita relação com o líder chinês Xi Jinping, bem como com o japonês Shinzo Abe, e tenha trabalhado para melhorar as relações com o sul-coreano Moon Jae-in, ele não conseguiu fazer o mesmo com o russo Putin.
O presidente dos EUA disse que a falsa história de que ele conspirou com a Rússia para ganhar as eleições tornou difícil para ele melhorar as relações com a Rússia.
“Eu chamo de ‘barreira democrática artificial’, que se atravessa no caminho, o que é uma pena”, disse Trump.
“Estamos falando de milhões e milhões de vidas. Isso não é brincadeira de criança. Esta é a realidade. E se a Rússia nos ajudasse, juntamente com a China, esse problema desapareceria muito mais rápido”.
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