O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, nomeou nesta quarta-feira (15), o ex-governador-geral do país, David Johnston, como relator especial independente para investigar as acusações de interferência chinesa nas eleições canadenses.
Johnston ocupou de 2010 a 2017 o cargo de governador-geral do Canadá, que assume as funções de chefe de Estado em representação do monarca britânico.
Trudeau anunciou na semana passada que criaria o cargo de relator especial, depois do vazamento à imprensa de relatórios dos serviços secretos canadenses acusando a China de interferência nas eleições gerais de 2019 e 2021.
De acordo com os relatórios divulgados, a China apoiou 11 candidatos nas eleições de 2019. Além disso, os serviços secretos canadenses indicaram que Pequim preferia a vitória do Partido Liberal, de Trudeau, em vez do opositor Partido Conservador.
A China negou a interferência nos assuntos internos do Canadá e considerou “ridículas” as acusações feitas por jornais e políticos canadenses.
Desde que as revelações surgiram, partidos da oposição exigiram que Trudeau formasse uma comissão de investigação para analisar as acusações e determinar o nível de interferência chinesa no país.
Trudeau recusou as exigências da oposição, mas concordou em deixar Johnston, como relator especial, decidir se a nomeação da comissão de investigação é necessária.
O governo canadense anunciou também que criará um registro de lobistas que atuam em nome de governos estrangeiros no Canadá “para assegurar a transparência e a responsabilização dos que advogam em nome de” outros países.
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