Um tribunal do Equador determinou nesta sexta-feira prisão preventiva para Jorge Glas – que foi vice-presidente do país durante o governo de Rafael Correa (2007-2017) – sob a acusação de desvio de dinheiro público.
Glas está atualmente na embaixada do México em Quito, aguardando a tramitação de um pedido de asilo.
O juiz Felipe Córdova acatou o pedido apresentado pela procuradora-geral do Estado, Diana Salazar, e ordenou a prisão preventiva de Glas e de outro réu no mesmo caso, Carlos B., enquanto que para Pablo O ordenou a proibição de deixar o país.
Os três foram vinculados pelo Ministério Público em um caso que investiga um suposto crime de peculato (apropriação indevida de fundos públicos) durante o processo de reconstrução da província costeira de Manabí, atingida por um forte terremoto de magnitude 7,8 na escala Richter em abril de 2016.
A promotoria apresentou 85 elementos de convicção (provas) contra os réus durante a audiência, de acordo com a própria entidade.
No chamado caso “Reconstrução”, a investigação do MP determinou a suposta existência de um abuso de dinheiro público em benefício de terceiros, pessoas físicas e jurídicas, que eram empreiteiros e supervisores de contratos assinados no âmbito do estado de emergência devido ao terremoto de abril de 2016.
Glas, que foi vice-presidente em parte dos governos de Rafael Correa (2007-2017) e Lenín Moreno (2017-2021), entrou na embaixada mexicana em Quito em 17 de dezembro – embora não houvesse mandado de prisão pendente contra ele, de acordo com a Procuradoria-Geral – e três dias depois solicitou asilo diplomático ao México.
O ex-vice-presidente passou cinco anos e quatro meses na prisão depois de ser condenado a oito anos em um caso de suborno e seis anos em um caso de associação ilícita relacionado ao escândalo de suborno envolvendo a construtora brasileira Odebrecht.