A polícia confirmou, nesta quarta-feira, a prisão de três dos quatro homens que visitaram a casa do atleta queniano Kelvin Kiptum, recordista mundial de maratona, quatro dias antes de morrer no último domingo em um acidente de trânsito no Quênia.
Os três foram detidos hoje na delegacia de Kaptagat, no condado de Elgeyo Marakwet (oeste), de onde o atleta era natural, e posteriormente transferidos para a cidade de Iten, a pouco mais de 50 quilômetros de distância, para serem interrogados.
Os detetives querem interrogar esses indivíduos, cujas identidades não foram reveladas, para estabelecer a natureza de sua visita depois que o pai de Kiptum, Samson Cheruiyot, deu o alarme horas após sua trágica morte, indicou a imprensa local.
O pai pediu na última segunda ao governo queniano que investigasse as circunstâncias da morte do seu filho.
“Houve algumas pessoas que chegaram há poucos dias à procura de Kiptum, mas se negaram a identificar-se. Pedi-lhes que me mostrassem alguma identificação, mas optaram por partir”, disse Cheruiyot, em declarações divulgadas pela imprensa local.
“Kiptum era meu único filho. Ele me deixou, sua mãe e seus filhos. (…) Estou profundamente triste”, acrescentou o pai.
Embora a data do funeral do atleta não tenha sido anunciada oficialmente, fontes da comissão funerária garantiram à rede britânica “BBC” que o mesmo acontecerá no próximo dia 24.
O atleta de 24 anos morreu juntamente com seu treinador, o ruandês Gervais Hakizimana, em um acidente de trânsito na noite de domingo na estrada que liga Eldoret a Kaptagat (oeste), em um carro que o próprio atleta conduzia.
O ministro de Esportes queniano, Ababu Namwamba, se deslocou na segunda-feira a Eldoret para apresentar suas condolências à família de Kiptum, a quem prometeu que o governo trabalhará para oferecer um “adeus a um herói nacional”.
A Federação de Atletismo do Quênia anunciou hoje que cancelou as provas dos Jogos Pan-Africanos que estavam marcadas para o próximo fim de semana, em homenagem ao recordista mundial da maratona.
O acidente desencadeou uma onda de condolências no Quênia e de elogios internacionais à figura de Kiptum, chamado a marcar uma época no atletismo devido à sua juventude e por ser o principal candidato a percorrer menos de duas horas na mítica distância.
Ele alcançou fama mundial no dia 8 de outubro, ao marcar o tempo de 2h00:35 e baixar claramente o recorde anterior de seu compatriota Eliud Kipchoge com 2h01:09, alcançado em Berlim em 25 de setembro de 2022.