Novas imagens de satélite indicam que o regime da Coreia do Norte está trabalhando em seu local de testes nucleares, apesar dos tremores geológicos em curso, que sugerem que a região foi desestabilizada pelos testes subterrâneos anteriores.
De acordo com imagens de satélite comercial recentes e uma análise compartilhada pelo website 38 North, que é especializado em informações sobre a Coreia do Norte, o Local de Teste Nuclear de Punggye-ri mostra significativa atividade de trabalho em seus túneis, com pilhas de detritos frescas e crescentes indicando uma escavação em andamento.
O trabalho aparentemente está concentrado no Portal Oeste das instalações de teste. Imagens anteriores indicaram que o regime mudou seu foco para o Portal Oeste após seu teste nuclear mais recente em 3 de setembro.
Antes desse teste, o sexto e maior do regime comunista norte-coreano, o Portal Oeste era “um complexo de túneis ainda não utilizado onde pouca ou nenhuma atividade havia sido vista nos últimos meses”, escreveu o 38 North.
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Isso mudou depois que a Coreia do Norte detonou um dispositivo nuclear que provocou tremores secundários ainda em curso na região e teria causado um grande colapso nos túneis, matando até 200 pessoas.
Um sismólogo do serviço geológico dos Estados Unidos (USGS) confirmou ao Epoch Times que dois tremores foram detectados na região no último fim de semana.
“Isso tem continuado”, disse o sismólogo Paul Earle, acrescentando que o Centro de Aplicações Técnicas da Força Aérea dos EUA era o responsável pelo monitoramento dos eventos decorrentes do teste nuclear.
Os tremores secundários registraram 2.9 e 2.4 de magnitude, de acordo com Lassina Zerbo, secretária executiva da Organização do Tratado de Proibição de Testes Nucleares, com sede em Viena.
Zerbo escreveu no Twitter que os eventos eram de origem tectônica, o que significa que eles não representavam um novo teste nuclear.
Um terremoto maior em 23 de setembro teve uma magnitude de 3,2. Em torno do tempo desse evento, a TV Asahi citou fontes norte-coreanas não identificadas que afirmam que um colapso nos túneis matou 100 norte-coreanos no local de testes. Durante as operações de resgate, outro colapso matou mais 100 trabalhadores, informou a emissora.
Os tremores contínuos na região geraram especulações de que as placas tectônicas no local de teste foram desestabilizadas, tornando perigosos novos testes na região. Os sismólogos também disseram que os tremores podem ser as placas se assentando após o distúrbio nuclear.
De acordo com as imagens do 38 North, parece que a Coreia do Norte não abandonou o local e pode estar planejando testes futuros.
Em novembro, imagens do local revelaram equipamentos, carros de mineração e redes sendo transferidos para a área do Portal Oeste.
“Esses esforços continuam concentrados no Portal Oeste, deixando o Portal Norte, onde os últimos cinco testes foram conduzidos, principalmente latentes e provavelmente abandonados, pelo menos por enquanto”, disse uma análise anterior do 38 North.
Após o teste de setembro, as estruturas temporárias perto da entrada do Portal Norte foram removidas e nenhum equipamento ou material de mineração foi observado nesta área, sugerem as imagens. O Portal Oeste, no entanto, tem desde então demonstrado uma “grande atividade”.
Veículos e pessoal foram fotografados em torno do Portal Oeste, e carros de mineração parecem estar transportando resíduos do interior da instalação subterrânea para pilhas crescentes do lado de fora, de acordo com a nova análise do 38 North, publicada em 11 de dezembro.
“Essas atividades sugerem que a escavação do túnel está em andamento no Portal Oeste, enquanto os norte-coreanos ampliam o potencial do local para futuros testes nucleares”, concluiu a análise.
O 38 North creditou Frank V. Pabian, Joseph S. Bermudez Jr. e Jack Liu pela análise das imagens.