Terroristas explodem bomba em trem lotado em Londres: 22 feridos
LONDRES — Nesta sexta-feira (15) em Londres, uma bomba caseira explodiu em um trem repleto de trabalhadores no horário de pico ferindo 22 pessoas, disse a polícia a respeito do que estava sendo tratado como o quinto ataque terrorista deste ano na Grã-Bretanha.
Passageiros a bordo de um trem em direção à capital fugiram enquanto o fogo avançava por um vagão na estação subterrânea Parsons Green, a oeste de Londres, depois da explosão às 8h20.
Alguns sofreram queimaduras, enquanto outros se machucaram tentando escapar em meio ao tumulto que se seguiu. O Serviço Nacional de Saúde informou que 22 pessoas foram levadas aos hospitais de Londres. Nenhuma estava em estado grave, de acordo com o serviço de ambulância.
“Nós agora estimamos que esta foi a detonação de um dispositivo explosivo improvisado”, contou aos repórteres o alto oficial de contra-terrorismo britânico Mark Rowley. Ele disse que a maioria dos feridos foi por queimaduras de pele.
Rowley se recusou a responder se as autoridades sabiam quem era responsável ou se o terrorista suspeito esteve no trem, dizendo que era uma investigação em andamento sendo assessorada pelos serviços de inteligência.
Fotos tiradas na cena mostram um balde branco com uma bolsa térmica no chão do vagão de um trem. O balde estava em chamas e parecia haver arames para fora.
“Eu estava no segundo vagão de trás. Só ouvi um tipo de som estridente. Olhei para cima e vi o vagão inteiro engolido por chamas vindo em minha direção”, disse Ola Fayankinnu, que estava no trem, à Reuters.
“Havia celulares, chapéus, bolsas por todo lado e quando olhei para trás vi uma bolsa em chamas.”
Outra testemunha, que não quis se identificar, disse: “Era cada um por si mesmo, as pessoas estavam em pânico, as pessoas apenas corriam umas sobre as outras. Havia uma senhora com as pernas gravemente queimadas, foi muito chocante. A mulher com quem eu estava simplesmente passou por cima — foi uma correria”.
Fora da estação, uma mulher estava sentada numa calçada com um curativo ao redor da perna, enquanto a polícia armada patrulhava. Uma testemunha da Reuters viu uma mulher sendo carregada em uma maca com as pernas cobertas por uma manta de papel alumínio.
“Permaneçam calmos”
Em 2005, 52 pessoas foram mortas quando quatro muçulmanos britânicos realizaram ataques com bombas suicidas em três trens subterrâneos de Londres e em um ônibus. Este ano, a Grã-Bretanha sofreu quatro ataques de motivação terrorista.
A primeira ministra Theresa May voltou a Londres nesta sexta-feira para presidir uma reunião do comitê britânico de resposta de emergência.
“Meus pensamentos estão com aqueles que foram feridos em Parsons Green e com os serviços de emergência que, mais uma vez, estão respondendo rápida e bravamente a um incidente de suspeita terrorista”, disse May.
O secretário de relações exteriores britânico, Boris Johnson, disse que as pessoas deveriam “permanecer calmas” e continuar suas vidas normalmente.
“Outro ataque em Londres feito por terrorista patético”, escreveu o presidente americano Donald Trump no Twitter. “Estas são pessoas doentes e dementes que estavam na mira da Scotland Yard. É preciso ser proativo!”
A polícia britânica não se manifestou sobre quem poderia estar por trás do ataque. Uma testemunha da Reuters viu policiais armados vasculhando uma estação de trem e uma unidade antibomba na cena.
A Ambulância de Londres disse que enviou “vários efetivos” para a cena, inclusive sua equipe tática para áreas de alto risco, e a brigada de incêndio disse que enviou seis veículos de bombeiro e 50 bombeiros que ajudaram a evacuar outro trem na estação com 253 pessoas a bordo.
O Transporte para Londres disse que não havia serviço na parte oeste da Linha Distrital que passa por Parsons Green.
Em março deste ano, um homem passou com um carro sobre pedestres na Ponte Westminster, em Londres, matando quatro pessoas, depois de ter esfaqueado um policial até a morte fora do Parlamento.
Outras 22 pessoas foram mortas em maio por um homem-bomba em um concerto pop em Manchester, e no mês seguinte três militantes muçulmanos atropelaram pedestres numa ponte de Londres antes de esfaquearem pessoas próximo a restaurantes e bares, matando oito.
Em junho, um caminhão atropelou adeptos perto de uma mesquita no norte de Londres, o que deixou um homem morto.
Na quinta-feira, estimativas mostraram que ano passado houve um número recorde de prisões relacionadas a terrorismo e, no começo da semana, o oficial superior de contra-terrorismo britânico Mark Rowley disse que havia ocorrido uma mudança nas ameaças.
Durante os três últimos anos até março deste ano, a polícia frustrou 13 ataques em potencial, mas nas últimas 17 semanas ocorreram quatro ataques, enquanto as autoridades impediram outros seis, disse Rowley.
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