Por Agência EFE
Um dos supostos perpetradores do ataque terrorista de segunda-feira em Viena, era um homem de 20 anos, apoiador do grupo jihadista do Estado Islâmico (EI) com ficha criminal que havia sido preso e libertado no início de dezembro do ano passado, informou nesta terça-feira (3), o ministro do Interior, Karl Nehammer, à agência austríaca “APA”.
Trata-se de Kujtim Fejzulai, o terrorista morto ontem à noite pela polícia de Viena, pouco depois dele, juntamente com pelo menos um outro criminoso, disparar indiscriminadamente com armas automáticas e semiautomáticas contra transeuntes e clientes de bares e restaurantes, matando pelo menos quatro pessoas e ferindo outras 18.
Ele tinha dupla cidadania, da Áustria e da Macedônia do Norte.
CONHECIDO COMO JIHADISTA PELAS AUTORIDADES
As autoridades estavam cientes de seu potencial para a violência e sua simpatia pelo jihadismo, pois em 25 de abril de 2019, ele foi condenado à prisão “por associação terrorista”, por tentar viajar para a Síria e se juntar ao EI.
No dia 5 de dezembro do mesmo ano, foi colocado em liberdade condicional antecipada, com base nos privilégios concedidos a um jovem adulto pela Lei de Justiça Juvenil (JGG), indicou a “APA”.
“Ele era definitivamente um seguidor do EI”, enfatizou Nehammer, após ter declarado horas antes que “pelo menos um terrorista islâmico” participou do ataque.
Ele foi morto a tiros pela polícia perto da igreja Ruprechtskirche, às 20h09 (hora local) de ontem, poucos minutos após os primeiros tiros serem ouvidos no centro da cidade, Sua identificação ocorreu hoje pela manhã, após unidades especialistas em eliminação de bombas confirmaram que os aparentes explosivos que ele carregava eram falsos.
De acordo com informações da revista semanal “Falter” – não oficialmente confirmadas – o criminoso morto é um homem nascido na Áustria em 2000, filho de imigrantes albaneses da Macedônia do Norte.
Segundo a “APA”, o Ministério do Interior da Macedônia do Norte confirmou hoje que vai cooperar com as autoridades austríacas.
VÁRIAS DETENÇÕES
Nas primeiras horas de hoje, a polícia entrou à força na casa do agressor morto, localizado em um bairro nos arredores de Viena, e “extensas operações em grande escala” foram realizadas nas proximidades, disse o ministro.
Especificamente, foram efetuadas 15 buscas domiciliares e várias pessoas foram presas, acrescentou ele sem especificar quantas.
Horas depois, agentes de unidades especiais vasculharam duas casas na cidade de Sankt Pölten, a cerca de 60 quilômetros de Viena, e detiveram duas outras pessoas.
Enquanto isso, outro suspeito ainda estava sendo procurado pela polícia, que não descarta que haja mais pessoas envolvidas no ataque.
RECONSTRUÇÃO DOS FATOS
Quando foi morto, o homem estava “equipado com um falso cinturão de explosivos, uma longa arma automática, uma pistola e um facão para realizar este ataque hediondo a cidadãos inocentes”, disse Nehammer, à “APA”.
De acordo com a reconstrução parcial dos fatos, ontem à noite, Fejzulai atirou em suas vítimas em três dos seis locais no primeiro distrito de Viena, a parte antiga e central da cidade, onde tiros e tumultos foram registrados.
De acordo com o relatório, ele matou uma garçonete de um conhecido restaurante na Ruprechtsplatz 1. Na mesma direção, o jovem de 20 anos foi morto a tiros pelas forças policiais.
Um homem foi morto na Rua Fleischmarkt e outro na Franz Josefs Kai, onde um policial de 28 anos ficou feridos após ser baleado.
Ele então matou uma garçonete em frente à igreja Ruprechtskirche, antes de ser baleado mais tarde no mesmo lugar.
“Quatro civis indefesos foram mortos à queima-roupa a sangue frio: um homem idoso, uma mulher idosa, um jovem transeunte e uma garçonete. Eles foram repentinamente e inesperadamente arrancados da vida. Um policial, que enfrentou bravamente o perpetrador, foi baleado e ferido”, disse hoje o chanceler da Áustria, Sebastian Kurz.
Em um discurso à nação, Kurz também enfatizou que vários feridos “estão lutando por suas vidas” em hospitais de Viena.
“Agora está confirmado que este ataque foi claramente um ataque terrorista islâmico. Foi um ataque de ódio contra nossos valores fundamentais, nosso modo de vida, nossa democracia, onde todos os seres humanos são iguais em direitos e dignidade”, afirmou.
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