Tempestade Boris: Europa Central e Oriental enfrentam a pior enchente em duas décadas – mortos chegam a 17

Por Redação Epoch Times Brasil
16/09/2024 14:25 Atualizado: 16/09/2024 14:25

Desde quinta-feira (12), uma grande enchente vem devastando a Europa Central e o Leste Europeu. Países como Áustria, Polônia, República Tcheca, Hungria, Romênia e Eslováquia foram gravemente atingidos. A tempestade, que combina os efeitos da chuva extrema com uma massa de ar frio intensa, ocorre numa área de baixa pressão, apelidada de Boris.

A tempestade Boris tem afetado essas regiões com chuvas torrenciais e ventos fortes. As inundações resultantes submergiram bairros inteiros, interromperam o transporte público e causaram cortes de energia generalizados.

Os resultados são inundações, perdas de vidas e destruição em várias localidades. Segundo a agência britânica Reuters, pelo menos 17 pessoas morreram na Europa Central e Oriental – dentre elas, um bombeiro austríaco que ajudava nas operações de resgate.

Na Áustria, o cenário é alarmante. Classificada como zona de desastre natural, a região da Baixa Áustria viu a morte de um bombeiro em decorrência das enchentes. Os serviços de emergência realizaram quase 5.000 intervenções durante a noite, com muitas áreas ainda inacessíveis devido às águas altas.

“Moro aqui há 16 anos e nunca vi enchentes como esta”, relatou a austríaca Judith Dickson à rádio local ORF.

A governadora da Baixa Áustria, Johanna Mikl-Leitner, alertou que as próximas horas serão extremamente difíceis para muitos moradores. Na capital Viena, o rio Wien ameaça transbordar, levando à suspensão dos serviços ferroviários e metrô.

Na Romênia, a situação também é crítica. O sudeste do país, especialmente a região de Galati, foi severamente atingido. Quatro mortes foram confirmadas no sábado (14) e mais um corpo foi encontrado no domingo (15). Galati enfrentou inundações devastadoras que danificaram cerca de 5.000 casas.

“Esta é uma catástrofe de proporções épicas”, afirmou Emil Dragomir, prefeito da vila de Slobozia Conachi, na área mais afetada. O presidente da Romênia, Klaus Iohannis, destacou que os eventos extremos são um reflexo das mudanças climáticas em curso na Europa.

Em Klodzko, na Polônia, uma pessoa se afogou devido às inundações. Cerca de 1.600 pessoas foram evacuadas da área, e as autoridades polonesas mobilizaram o exército para auxiliar nas operações de socorro.

Szymon Krzysztan, 16 anos, de pé na praça da cidade de Ladek Zdroj, descreveu as perdas causadas pelas enchentes como “inimagináveis”. “É uma cidade como num apocalipse… É uma cidade fantasma”, relatou o adolescente à Reuters.

O governo polonês anunciou estado de desastre natural nas áreas afetadas e afirmou que vai reservar 1 bilhão de zlotys – o equivalente a US$ 260 milhões ou R$ 1,433 trilhão – para ajudar as vítimas.

O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, disse que estava em contato com os líderes de outros países afetados e que eles pedirão ajuda financeira à União Europeia.

A República Tcheca também enfrenta situação devastadora. Em Krnov, no leste do país, Eliska Cokreska, de 76 anos, descreveu a destruição: “Todas as calçadas estão destruídas, tudo desabou, tudo está quebrado ao redor da loja… é um pesadelo”, contou à agência francesa AFP.

A polícia local relatou o desaparecimento de quatro pessoas. Entre os desaparecidos, três estavam num carro arrastado por um rio e um homem foi levado pelas enchentes no sudeste do país. Uma represa, localizada no sul, rompeu e provocou inundações adicionais.

A passagem de fronteira de Golkowice com a República Tcheca foi fechada devido ao transbordamento de um rio, o que resultou na suspensão de várias estradas e linhas de trem.

As capitais da Eslováquia e Hungria, Bratislava e Budapeste, respectivamente, já se preparavam para possíveis inundações devido à elevação do Rio Danúbio.

Segundo o ministro do Interior húngaro, Sandor Pinter, os esforços foram concentrados em manter o rio e seus afluentes dentro de suas margens. Pinter declarou que até 12.000 soldados estavam de prontidão para ajudar.

O evento climático começou após uma onda de calor recorde em setembro, que foi abruptamente substituída por condições mais frias e chuvosas, acentuadas pela tempestade Boris.