Por Reuters
AMSTERDÃ – A empresa de telecomunicações holandesa Royal KPN NV informou, em 26 de abril, que escolheria um fornecedor ocidental para construir sua principal rede móvel 5G, tornando-se uma das primeiras operadoras europeias a deixar claro que não escolheria a Huawei da China para esse tipo de trabalho.
Os Estados Unidos têm procurado desencorajar seus aliados de usar equipamentos fabricados pela Huawei, devido a preocupações de que possam ser usados para espionagem pelo regime chinês.
A KPN, com sede em Haia e a maior empresa de telecomunicações da Holanda, disse que a Huawei fornecerá equipamentos de rádio 5G, que considera menos sensíveis.
O vice-presidente financeiro, Jan Kees de Jager, disse que a decisão levou em conta as preocupações ouvidas no debate político holandês e estava de acordo com a posição a ser tomada pelo Reino Unido, segundo vazamentos dos planos do governo.
“Eles veem as redes centrais como algo mais crítico do que as redes de acesso de rádio”, disse De Jager, que atuou como ministro das Finanças da Holanda de 2010 a 2012.
O governo holandês ainda não tomou uma posição sobre o assunto, embora o chefe da agência de inteligência do país tenha alertado neste mês contra a compra de tecnologia da Rússia ou da China, países cujas atividades de espionagem ameaçam a segurança nacional.
Embora a Huawei tenha sido uma das principais fornecedoras da KPN ao longo da última década, De Jager argumentou que os custos de compra da empresa não subiriam excluindo a Huawei em favor de empresas como a Nokia e a Ericsson, para seus principais equipamentos.
A KPN também divulgou na sexta-feira resultados do primeiro trimestre um pouco piores do que o esperado, de 563 milhões de euros (US$ 627 milhões). As ações subiram 0,4%, para 2,70 euros, até às 0926 GMT.
O núcleo de uma rede 5G é onde os controles mais críticos estão localizados e as informações mais confidenciais são armazenadas, enquanto a periferia inclui mastros, antenas e outros equipamentos passivos.
A KPN informou que usaria equipamentos fabricados pela Huawei, que descreveu como líder mundial em tecnologia de rádio e antenas, para melhorar a segurança em sua rede existente.
“Este acordo preliminar pode ser ajustado ou revertido para alinhá-lo com a futura política do governo holandês”, acrescentou.
O governo holandês montou uma força-tarefa com a KPN e outras grandes operadoras na Holanda, este mês, para analisar a “vulnerabilidade das redes de telecomunicações 5G ao uso indevido por fornecedores de tecnologia… e medidas necessárias para gerenciar riscos”.
O governo deve fazer uma declaração sobre sua posição sobre o uso da tecnologia chinesa até o final de junho.
Reino Unido critica Huawei
Fontes disseram à Reuters, na quarta-feira, que o Conselho de Segurança Nacional (NSC) da Grã-Bretanha decidiu proibir a Huawei das principais partes da rede 5G do país e restringir seu acesso a áreas não centrais, embora ainda não seja uma política oficial britânica.
A conselho que supervisiona o equipamento da Huawei no Reino Unido, que está ligado ao serviço de segurança da Sede de Comunicações do Governo (GCHQ), disse que a Huawei não conseguiu consertar problemas de segurança de longa data.
Em um relatório divulgado em 28 de março, o Centro Nacional de Segurança Cibernética disse que poderia dar “apenas uma garantia limitada de que os riscos de segurança a longo prazo podem ser gerenciados no equipamento Huawei atualmente implantado no Reino Unido”.
Ele segue um relatório semelhante ao de julho de 2018, em que o conselho disse que havia “risco significativo na infra-estrutura de telecomunicações do Reino Unido” devido ao uso de equipamentos da Huawei.
Desde aquela época, a Huawei não fez “nenhum progresso material” para corrigir falhas de segurança em seus equipamentos, o que sustenta as redes de comunicação do Reino Unido, de acordo com o relatório.
Por Bart Meijer e Toby Sterling. O repórter do Epoch Times John Smithies contribuiu para esta reportagem.