Teerã tem pelo menos 400 manifestantes condenados à prisão pelos protestos

Por Agência de Notícias
13/12/2022 13:23 Atualizado: 13/12/2022 13:23

Pelo menos 400 manifestantes foram condenados à prisão em Teerã por seu envolvimento nos protestos desencadeados no Irã, pela morte da jovem curda Mahsa Amini, após ser detida pela chamada polícia moral em meados de setembro.

O promotor de Teerã, Ali Alqasi Mehr, relatou nesta terça-feira as sentenças de prisão contra 400 “desordeiros”, dos quais 160 foram condenados a penas entre cinco e dez anos de prisão; 80 foram condenados a entre dois e cinco anos e outros 160 a até dois anos atrás das grades, segundo a agência oficial de notícias iraniana “Irna”.

Mehr também indicou que outras 70 pessoas foram condenadas a pagar multas, embora não tenha explicado o valor.

Esses dados são apenas para Teerã e o número de condenados em outras partes do país é desconhecido.

Os motins começaram devido à morte da jovem curda, de 22 anos, após ter sido detida pela polícia moral por não usar o véu corretamente, mas evoluíram e agora os manifestantes pedem o fim da República Islâmica fundada pelo aiatolá, Ruhollah Khomeini, em 1979.

Durante as manifestações, pelo menos 2 mil pessoas foram acusadas de vários crimes e 11 delas condenadas à morte.

Até agora, o Irã enforcou dois prisioneiros de 23 anos por envolvimento nos protestos, o último deles na madrugada de ontem em uma execução pública na cidade de Mashhad.

Organizações de direitos humanos, como a Anistia Internacional, têm denunciado os julgamentos como “farsas” e “injustos” e “vingança”.

Nos quase três meses de protestos, mais de 400 pessoas morreram e pelo menos 15 mil foram detidas, segundo a ONG Iran Human Rights, com sede em Oslo.

A forte repressão policial tem provocado duras condenações internacionais e sanções dos países ocidentais.

A União Europeia aprovou hoje uma terceira rodada de sanções contra o Irã por reprimir manifestantes contrários ao regime, bem como por enviar armas para a Rússia em sua guerra contra a Ucrânia.

Desta forma, a UE incluiu 20 indivíduos em sua lista de sanções, entre eles jornalistas e generais da Guarda Revolucionária e da Rádio e Televisão da República Islâmica do Irã.

 

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