O regime do talibã, que exerce o poder de fato no Afeganistão, pediu nesta quarta-feira (25) à Rússia para participar na próxima cúpula do BRICS ─ grupo do qual também fazem parte Brasil, Índia, China e África do Sul – que acontecerá entre os dias 22 e 24 de outubro na cidade russa de Kazan.
“O Emirado Islâmico (do Afeganistão, como se denomina o regime talibã) está interessado em participar no próximo fórum dos BRICS e, para esse propósito, apresentou seu pedido ao país anfitrião”, disse o porta-voz adjunto dos fundamentalistas, Hamdullah Fitrat, em um vídeo compartilhado com a imprensa afegã.
Segundo o porta-voz, o grupo BRICS é um “importante fórum econômico” para países com grandes recursos econômicos.
Os talibãs consideram que a participação do país asiático nas cúpulas económicas é importante.
A Rússia e a China, dois dos membros fundadores do bloco de economias emergentes, vêm consolidando nos últimos meses relações mais estreitas com os talibãs, isolados por graves acusações de crimes contra os direitos humanos, como execuções, torturas e orquestrar desaparecimentos e prisões extrajudiciais em seu país.
Os dois países são vistos pelo Executivo talibã como importantes parceiros regionais e atores relevantes no seu contexto geopolítico.
“Especificamente a Rússia, a Índia e a China são membros importantes dos BRICS e atualmente têm boas relações econômicas, estamos interessados em explorar essas relações e participar nos fóruns econômicos (do grupo)”, acrescentou o porta-voz em seu vídeo.
Além dos quatro fundadores e da África do Sul – que se juntou ao grupo em 2011 como membro de pleno direito –, o bloco inclui também desde o início deste ano o Egito, a Etiópia, o Irã, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.
Outros países, como o Azerbaijão e a Malásia, já solicitaram formalmente a adesão ao grupo de economias emergentes, enquanto outros Estados, como a Turquia, estão considerando a possibilidade.