Por Paul Huang, Epoch Times
O exército de Taiwan divulgou a interceptação de aviões militares da República Popular da China que invadiram o disputado Mar da China Oriental e a área das ilhas de Ryukyu, próximas de Taiwan. Esta é a primeira vez que o país divulga imagens dessas interceptações, que estão se tornando cada vez mais comuns à medida que Pequim intensifica suas manobras militares na região.
“Nós os estamos observando”, anunciou o Ministério da Defesa Nacional de Taiwan em um post no Facebook em 11 de maio, que incluiu fotos e um vídeo mostrando o encontro de um caça da Força Aérea taiwanesa com um bombardeiro e um avião de vigilância eletrônica do Exército de Libertação Popular.
Os aviões militares do regime chinês que entraram no Pacífico Ocidental na manhã de 11 de maio foram vários bombardeiros H-6K, um transporte Y-8, um avião de vigilância Tu-154, aviões de combate Su-35 e J-11 e um avião de alerta precoce KJ-2000.
Os exércitos de Taiwan e Japão enviaram aviões em resposta à incursão do regime chinês. As imagens de vídeo publicadas por Taiwan mostram claramente um bombardeiro H-6K chinês armado com dois mísseis de cruzador CJ-10. Outras fotos mostram os aviões de combate F-CK-1 e F-16 de Taiwan voando ao lado da aeronave da RPC.
Posted by 國防部發言人 on Friday, May 11, 2018
Um grupo de aeronaves da República Popular da China sobrevoou o Canal de Bashi, ao sul de Taiwan, e entrou no Estreito de Miyako perto de Okinawa antes de voltar à China. O outro grupo seguiu a rota norte no sentido horário e entrou no Estreito de Miyako antes de circundar Taiwan e retornar à China através do Canal de Bashi.
Esta foi a primeira vez que caças SU-35 foram enviados através do Canal de Bashi, segundo o Ministério da Defesa de Taiwan, que também assegurou ao público que a Força Aérea de Taiwan é plenamente capaz de supervisionar as operações aéreas e navais da RPC e de “tomar medidas eficazes para garantir a segurança nacional”.
Analistas afirmam que a publicação de fotos e vídeos de alto impacto midiático representa uma afirmação pública de Taiwan de que a nação insular está adotando uma postura mais dura com relação às invasões chinesas na zona marítima oriental de Taiwan.
Em abril, o porta-voz do Ministério da Defesa da RPC, Wu Qian, declarou em uma coletiva de imprensa que as frequentes operações aéreas que rondavam Taiwan foram “dirigidas contra as forças e as atividades independentistas da ilha”.
“As contínuas incursões de aviões e navios de guerra do Exército Popular de Libertação da China nas imediações de Taiwan e de Okinawa, no Japão, são uma provocação deliberada do regime chinês. É o prelúdio para a guerra”, disse Michael Tsai, ex-ministro da Defesa Nacional de Taiwan.
Tsai igualmente pediu ao governo taiwanês para que coordene com o Japão e os Estados Unidos as futuras interceptações de aviões e de navios de guerra chineses, e argumentou que Taiwan deve seguir as etapas necessárias para “dissuadir o comportamento agressivo adotado pelo Exército de Libertação Popular da China”.
Recentemente, o ex-chefe das forças navais japonesas também pediu a Taiwan e Japão que aumentem seus vínculos e intercâmbios militares em resposta às repetidas provocações de Pequim.
A China continua aumentando suas manobras militares e sua postura hostil no Mar da China Oriental e na área circundante a Taiwan. Em janeiro, Pequim adotou uma controvertida rota aérea muito próxima da linha central do Estreito de Taiwan, movimento amplamente percebido na ilha como uma provocação do regime chinês.