Por EFE
O Ministério da Defesa de Taiwan denunciou neste sábado que navios e aviões militares voltaram a ultrapassar a linha média do Estreito de Formosa, em um “possível ataque simulado”, que teria feito parte das manobras iniciadas após a visita à ilha da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.
Em uma mensagem veiculada no perfil que mantém no Twitter, a pasta indicou que Taiwan garante que o objetivo desta simulação de ataque seria um “ativo de alto valor”, sem especificar mais detalhes sobre o tema.
Em resposta, o governo taiwanês emitiu alerta e mobilizou patrulhas aéreas e navais, ativando, além disso, seus sistemas de mísseis terrestres, assim como havia ocorrido na véspera, diante do que foi classificado como “forte provocação chinesa”, pelo cruzamento da linha média do Estreito de Taiwan, por vários navios e aviões das forças de Pequim.
Este limite imaginário funciona como uma fronteira não oficial que foi respeitada durante as últimas décadas pela China e também por Taiwan.
Os movimentos do Exército Popular de Libertação (o exército chinês), acontecem em meio as manobras militares realizadas desde a última quinta-feira e que ocorrerão até domingo, como represália pela visita de Pelosi. Nas atividades houve disparo de fogo real e o lançamento de mísseis de longo alcance.
Os exercícios acontecem em seis regiões nos arredores da ilha, uma delas a cerca de 20 quilômetros da costa de Kaohsiung, a principal cidade do sul de Taiwan.
Apesar que, nos últimos anos, a China tenha feito outras simulações no Estreito de Taiwan, os desta semana são diferentes, porque “cobrem uma área maior, envolvem mais elementos militares e se espera que sejam altamente efetivos”, segundo indicaram especialistas chineses consultados pela imprensa local.
O governo de Taiwan tem descrito a presença militar chinesa na região como um “bloqueio” e classificado a situação como “irresponsável”.
Pequim, por sua vez, defende que a visita de Pelosi foi uma “traição deplorável”, enquanto segue reivindicando a soberania da ilha, que considera uma província rebelde desde que os nacionalistas do Kuomintang se refugiaram ali, em 1949, após derrota na guerra civil para os comunistas.
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