Milhares de pessoas fugiram do sul do Líbano nesta segunda-feira (23) rumo a Beirute e outras regiões do país, longe das áreas onde pesados bombardeios de Israel deixaram mais de 350 mortos e cerca de 1.200 feridos.
Uma das escolas nos arredores da capital libanesa adaptadas como abrigos para pessoas que tiveram que deixar suas casas estava completamente às escuras na noite desta segunda-feira e ainda não tinha colchões, água ou os serviços mais básicos para atender às famílias que estão chegando, como pôde constatar a reportagem da Agência EFE.
Em frente a uma mesa para registrar os recém-chegados, um coordenador explicava a uma das famílias que não há “nada” no abrigo e pediu que eles entrassem em um veículo para serem levados a outra área de recepção.
Na mesa, o papel no qual uma mulher anotava as recentes chegadas continha os nomes de ao menos 20 pessoas deslocadas. Enquanto isso, outras pessoas improvisavam locais para cozinhar e dormir.
Na manhã desta segunda-feira, o Ministério do Interior do Líbano já havia confirmado um “grande deslocamento de pessoas a partir do sul” rumo ao norte, e anunciou o uso de escolas como abrigos.
De acordo com a Agência Nacional de Notícias (ANN), milhares de veículos ficaram retidos em um engarrafamento por mais de cinco horas na rodovia Zahrani-Saida, a principal via costeira que atravessa o país de sul a norte.
Ainda não se sabe quantas pessoas foram forçadas a deixar suas casas devido aos ataques em grande escala desta segunda-feira, embora o ministro da Saúde Pública, Firas Abiad, tenha dito em uma entrevista coletiva que há “milhares” de famílias.
Dos mais de 113 mil deslocados internos que a ONU contabilizou até agora em quase um ano de conflitos no Líbano entre o grupo terrorista Hezbollah e Israel, a grande maioria é abrigada por parentes e amigos ou havia se instalado em casas e residências alugadas.