Soldados russos praticam abusos e perseguição contra comunidades evangélicas nas áreas invadidas da Ucrânia

Mais de 30 clérigos foram mortos e cerca de 26 estão desaparecidos, lembrando do que acontecia na antiga União Soviética contra padres.

Por Redação Epoch Times Brasil
18/06/2024 16:28 Atualizado: 18/06/2024 16:28

Desde o início da invasão russa na Ucrânia e especialmente nas áreas ocupadas, uma série de abusos e perseguições contra grupos religiosos tem sido registrada. Informações publicadas pelo Wall Street Journal mostram que o movimento faz parte de uma estratégia mais ampla de Moscou para afirmar seu controle sobre todos os aspectos da vida nos territórios ocupados e eliminar qualquer influência ocidental, frequentemente associada às denominações cristãs evangélicas.

Em setembro de 2022, durante um culto na Igreja da Graça de Deus em Melitopol, soldados russos invadiram o local, interrompendo a cerimônia e exigindo que os fiéis apresentassem seus documentos. Esta foi a última celebração realizada na igreja, que foi posteriormente tomada pelas autoridades russas e transformada em um prédio do ministério da cultura local, com murais exaltando os soldados russos mortos em combate.

Mykhailo Brytsyn, pastor batista, foi interrogado por horas e acusado de ser um espião americano. Ele relatou que os soldados disseram que ele não liderava uma igreja, mas sim um “ninho de espiões”.

A repressão russa não se limita a interrogatórios. Em um incidente chocante, um diácono de uma igreja pentecostal e seu filho foram encontrados mortos em uma floresta após serem capturados por soldados russos.

Desde o início da invasão, pelo menos 30 clérigos ucranianos de várias denominações religiosas foram mortos e 26 estão desaparecidos ou em cativeiro, de acordo com um relatório da International Religious Freedom or Belief Alliance.

A Igreja Ortodoxa Russa, que apoia abertamente a invasão, tem sido aparelhada para uso político russo. O Patriarca Kirill, líder da igreja, comparou Putin a santos guerreiros do passado russo, endossando as ações militares na Ucrânia.

A perseguição aos evangélicos na Ucrânia é um eco das políticas repressivas da era soviética, quando igrejas eram fechadas e padres presos sob o regime de Joseph Stalin. Após o colapso da União Soviética, a Ucrânia havia se tornado um refúgio de liberdade religiosa, permitindo que diversas fés florescessem.

Apesar das adversidades, muitos pastores e congregações continuam a se reunir secretamente, escondendo suas Bíblias e instrumentos de culto ao menor sinal de perigo. Um pastor evangélico relatou que agora lidera cultos clandestinos em sua casa, exemplificando a resiliência e determinação dessas comunidades em continuar praticando sua fé, mesmo sob a ameaça constante de repressão.