Soldados de Maduro começam a desobedecer suas ordens, diz Marco Rubio (Vídeo)
Por Jesús de León, Epoch Times
As tropas venezuelanas começaram a desobedecer as ordens dos altos oficiais de Nicolás Maduro e é improvável que atendam as ordens para impedir a entrada de ajuda humanitária prevista para este fim de semana, disse o senador Marco Rubio.
“Acabei de falar com duas pessoas da caravana que se dirige à fronteira venezuelana para coordenar a recepção da ajuda. Eles informaram que a maioria dos membros das unidades da Guarda Nacional que os detiveram fizeram apenas tentativas desanimadas. Quando os moradores saíram para protestar, as unidades se afastaram e permitiram que a caravana continuasse”, escreveu Rubio no Twitter.
Just spoke with 2 people on caravan headed to #Venezuela border to coordinate receipt of aid. Report that most members of national guard units that stopped them made only half hearted attempts. When locals came out to protest the units stepped aside & allowed caravan to continue. https://t.co/N6lXEcpW65
— Marco Rubio (@marcorubio) February 21, 2019
Rubio estava se referindo aos membros da Assembleia Nacional da Venezuela, único órgão constitucional democraticamente eleito no país, que se dirigia para a fronteira a fim de participar da coordenação da entrada da ajuda humanitária.
“As tropas da Guarda Nacional tentaram impedi-los, forçando os motoristas a saírem sob a mira de uma arma”, disse Rubio, “mas no final as tropas desistiram de fazer isso e a caravana continuou”, acrescentou.
See moment when local protests forced national guard to step aside and re-open the road for trucks headed to border to pick up aid for #Venezuela. https://t.co/sC741CDBk7
— Marco Rubio (@marcorubio) February 21, 2019
Em uma dessas gravações pode-se ver o parlamentar Richard Blanco clamando aos agentes para que permitissem a passagem da delegação e perguntando se eles estavam conseguindo encontrar alimentos e medicamentos na Venezuela, de acordo com a agência EFE.
Juan Guaidó, presidente interino da Venezuela, tem pressionado insistentemente os soldados e generais a se unirem ao povo e deixarem passar a ajuda humanitária, além de ter oferecido anistia caso deixem de colaborar com o ditador Maduro.
Nas últimas semanas, dois altos oficiais militares abandonaram o regime de Maduro: José Luis Silva, adido de defesa da Venezuela em Washington, e Francisco Yánez, general de alto escalão da força aérea do país, e de acordo com Rubio, o controle de Maduro “está diminuindo”.
“Tenho motivos para acreditar que os militares não vão reprimir violentamente os trabalhadores humanitários”, acrescentou o senador em entrevista por telefone à Bloomberg na quarta-feira (20).
“Já existe uma resistência significativa” entre as tropas, disse Rubio, acrescentando que os altos oficiais têm dúvidas sobre “se as pessoas sob seu comando farão o que lhes é ordenado”.
Rubio também mencionou que em três estados da Venezuela, mulheres manifestantes forçaram as unidades da Guarda Nacional a se retirarem.
“Não há como voltar atrás agora. Chegou a hora de escolher “, disse ele.
En el Tachira las mujeres arrinconaron a la GNB.pic.twitter.com/eEWpiZI0jQ
— RCTV.com (@RCTVenlinea) February 21, 2019
O senador viajou para a fronteira entre a Colômbia e a Venezuela em 17 de fevereiro, depois que uma segunda remessa de suprimentos dos Estados Unidos chegou para aliviar a crescente crise enfrentada pelos venezuelanos.
À medida que se aproxima o momento em que a ajuda humanitária internacional deverá iniciar sua entrada na Venezuela, a pressão sobre os militares do regime aumenta.
Na segunda-feira (18), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma mensagem aos militares que apoiam o regime: “Os militares venezuelanos têm uma escolha”, disse ele: “trabalhar pela democracia para o futuro de suas famílias, ou continuar como estão e perder sua riqueza”.
Ontem, o comandante das Forças Militares da Colômbia, general Luis Navarro, e o chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, almirante Craig Faller, advertiram conjuntamente o regime de Nicolás Maduro de que, se ele atacar os civis que vão entrar na Venezuela para levar a ajuda humanitária no sábado, 23 de fevereiro, o dever de ambos os exércitos será “proteger a população civil”.
O ditador Maduro ordenou ontem o fechamento da fronteira com o Brasil, e disse que planeja fazer isso com a Colômbia.
O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, respondeu hoje que seu país participa de um esforço multilateral para aliviar a situação enfrentada pelos venezuelanos, e reiterou o pedido do Grupo de Lima às Forças Armadas para que manifestem sua lealdade ao presidente Guaidó e não atrapalhem o esforço humanitário.
Guaidó estabeleceu como prioridade a entrada de ajuda para atender de forma imediata a 250 mil pessoas em risco de morrer por falta de comida e remédios, e ressaltou que a assistência entrará “sim ou sim” nas fronteiras venezuelanas no próximo sábado, 23 de fevereiro.