Por EFE
Brasília, 12 fev – O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Felipe Solá, afirmou nesta quarta-feira, em Brasília, que as posições dos governos argentino e brasileiro em relação à Venezuela não estão muito distantes.
Segundo Solá, a situação venezuelana foi discutida durante um breve encontro com o presidente Jair Bolsonaro e também na primeira reunião de trabalho com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo.
O governo brasileiro reconhece o chefe do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, como presidente legítimo da Venezuela, enquanto a Argentina diz que o mandatário é Nicolás Maduro, embora o próprio Alberto Fernández tenha reconhecido na semana passada que o governo chavista “colocou em perigo o Estado de Direito”.
Solá explicou aos jornalistas que, mesmo com algumas nuances, Argentina e Brasil apostam em uma solução negociada para a crise na Venezuela.
“Não somos a favor de Maduro. Somos a favor da democracia, e democracia significa cumprir condições”, como a defesa dos direitos humanos e outras que não são respeitadas na Venezuela, argumentou.
Neste contexto, o ministro argentino disse que, apesar das diferenças, o Brasil de Bolsonaro e a Argentina de Fernández têm “o mesmo objetivo”: que a Venezuela “recupere plenamente a democracia” em uma eleição livre, na qual até os milhões de venezuelanos que estão no exílio podem votar.
Solá também confirmou que a Argentina não abandonará o Grupo de Lima, formado por países que se opõem a Maduro e reconhecem Juan Guaidó como presidente venezuelano.
“Estaremos sempre no Grupo Lima porque deixar os lugares não ajuda a resolver nada”, destacou o Solá, que confirmou presença em uma reunião de ministros das Relações Exteriores que o Grupo de Lima convocou para 20 de fevereiro.