Brasil, Argentina e Paraguai afirmaram nesta quarta-feira (30) que irão adotar medidas de retaliação contra o Uruguai caso insista em negociar um acordo de livre-comércio fora do Mercosul.
O alerta consta em um comunicado conjunto que os coordenadores de Brasil, Argentina e Paraguai no Grupo Mercado Comum do Mercosul disseram ter enviado hoje a seu homólogo do Uruguai.
Os três países advertiram que “se reservam o direito de adotar as eventuais medidas que considerem necessárias para defender seus interesses nas esferas jurídica e comercial” caso o Uruguai continue com as negociações individuais.
Os parceiros do Uruguai expuseram sua posição em resposta às “medidas do governo uruguaio destinadas à negociação individual de acordos comerciais com dimensões tarifárias” e diante da intenção do parceiro de apresentar uma petição de adesão ao Tratado Integral e Progressista de Parceria Transpacífica (CPTPP).
A área de livre-comércio à qual o Uruguai quer aderir tem como sócios Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã.
As regras do Mercosul só permitem que os países do bloco negociem acordos de livre-comércio com outros países em conjunto com seus parceiros e vetam negociações individuais.
As divergências no Mercosul ocorrem a apenas seis dias da cúpula que os presidentes dos quatro países terão em Montevidéu e na qual o Uruguai entregará à Argentina a presidência temporária do bloco.
O governo de Luis Alberto Lacalle Pou havia anunciado a intenção de solicitar na próxima quinta-feira sua adesão ao chamado Acordo Transpacífico, que prevê reduções de barreiras comerciais e tarifas entre seus países-membros.
O Uruguai também tomou medidas para negociar um acordo bilateral de livre-comércio com a China.
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