Por EFE
Um total de 69 economistas, jornalistas, professores e outros membros da sociedade civil da Venezuela exigiram nesta segunda-feira que as autoridades do país divulguem “cifras atualizadas” sobre a situação econômica e social.
Em carta, promovida pelo economista e ex-deputado opositor José Guerra, os signatários demandaram “às autoridades do Banco Central da Venezuela (BCV), do Ministério da Fazenda, da PDVSA e do Instituto Nacional de Estatística (INE) a publicação das cifras atualizadas que lhes competem”.
O grupo afirmou que, no caso do BCV, “a informação relativa ao PIB (Produto Interno Bruto) e à balança de pagamentos deixou de ser publicada no primeiro semestre de 2019”, razão pela qual pedem a sua atualização.
Da mesma forma, instaram o Ministério de Energia e Petróleo a fornecer números de produção, que não publicam desde 2016, o que obriga especialistas e interessados a recorrer a informações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Além disso, solicitaram uma atualização ao Ministério da Fazenda, que não fornece cifras sobre gestão fiscal e dívida pública desde 2009, e ao INE, cujos dados mais recentes sobre pobreza são de 2015.
“Esta situação forma um quadro de opacidade, falta de transparência e desacato à Constituição, que estabelece o direito dos venezuelanos a informações verdadeiras e oportunas”, destacaram na carta.
Na semana passada, o presidente do BCV, Calixto Ortega, anunciou que a economia cresceu a dois dígitos no último ano, com o que a entidade emitente quebrou o silêncio que mantinha sobre esta questão desde 2019.
A atividade econômica cresceu 14,65% e 19,07% no terceiro e quarto trimestres de 2021, respectivamente, e nos primeiros três meses de 2022 aumentou 17,04%, enquanto entre abril e junho o avanço foi de 18,7%.
No entanto, mesmo com essas informações, os dados referentes ao segundo, terceiro e quarto trimestres de 2019, todo o ano de 2020 e os dois primeiros trimestres de 2021 ainda não foram divulgados.
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