O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou neste sábado (22) na Alemanha que venceu a batalha contra os socialistas em seu país, que ficaram violentos porque sua receita liberal para reduzir a inflação e impulsionar a recuperação econômica está funcionando.
“Não só travamos a batalha cultural, mas agora estamos levando a cabo na prática. A razão pela qual os socialistas são tão violentos é porque está funcionando e eles estão falhando”, disse Milei no seu discurso de aceitação da medalha que lhe foi concedida na cidade de Hamburgo pela neoliberal Sociedade Hayek.
Milei ressaltou que herdou do governo anterior um déficit fiscal de 15% do PIB – cinco pontos no Tesouro e dez no Banco Central -, além de uma inflação que estava em um ritmo anual de 17.000%, com uma inflação no atacado de 54%.
“Na última observação era de 3,5%”, ou seja, cerca de 50% anual, disse o presidente argentino, que admitiu que o valor ainda é muito elevado, mas, comparado com os anteriores 17.000%, “é uma conquista enorme”.
“Decidimos fazer um ajuste. Hoje digo que seis meses depois fizemos o maior ajuste fiscal da história” da Argentina, destacou Milei, que estava acompanhado de sua irmã, Karina.
O mandatário argentino explicou que sua equipe não realizou expropriações nem introduziu controles de preços, diretos ou induzidos, nem controlou a taxa de câmbio.
“Obviamente que isto não seria isento de custos. Mas sempre dissemos às pessoas na cara que não havia dinheiro, que ia ser difícil, que o começo ia ser complicado, mas que, se fizéssemos dessa forma, começaria a haver bons resultados”, frisou.
Milei ressaltou ainda que fez tudo isso defendendo com paixão suas ideias, apesar de “a política não ter nos acompanhado”.
“Era uma máquina impeditiva o tempo todo. Não só não nos ajudaram, como também tentaram dar um golpe de Estado desde o primeiro momento”, criticou, afirmando ainda que, apesar de todos os obstáculos, dos ataques de desestabilização, “estamos saindo com sucesso”.
Em seu discurso em Hamburgo, enfatizou que a Lei de Bases, seu principal projeto e que estabelece o quadro jurídico para a profunda transformação do modelo econômico e social da Argentina, é a “maior reforma estrutural” desde a de Carlos Menem, que marcou os anos 1990 no país sul-americano, ou na verdade “cinco vezes maior”.
Nesse sentido, declarou que “estamos vencendo toda a casta política da Argentina, graças às ideias de liberdade”.
O presidente argentino também se mostrou convencido de que com as reformas estruturais o país dará um salto no índice de grande liberdade econômica, “semelhante ao que a Alemanha ou a França têm”.
“Mas queremos mais liberdade econômica”, ressaltou, projetando ser como a Irlanda e depois “o país mais livre do planeta”.