SIP condena “exibição” de presos políticos na Nicarágua e pede sua libertação

02/09/2022 21:16 Atualizado: 03/09/2022 11:23

Por EFE

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) condenou nesta sexta-feira a “exibição desumanizante” dos presos políticos da Nicarágua, entre os quais havia três jornalistas, e pediu sua libertação ao governo do país centro-americano.

De acordo com um comunicado da organização, que tem sede em Miami, nos Estados Unidos, “o regime de Daniel Ortega-Rosario Murillo” exibiu nesta semana vários presos políticos, “muitos deles com uma clara deterioração da saúde e considerável perda de peso como resultado das restrições alimentares na prisão”.

No comunicado, a SIP afirma que as imagens de Juan Lorenzo Holmann, gerente-geral do jornal “La Prensa” e vice-presidente regional da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da organização hemisférica, causaram preocupação.

Holmann foi condenado a nove anos de prisão, sofre de hipertensão, tem problemas de visão e passou por uma cirurgia no coração, segundo detalhou a SIP.

A entidade lembrou ainda que os jornalistas Miguel Mora, fundador e diretor da emissora “100% Noticias”, condenado a 13 anos, e Miguel Mendoza, jornalista esportivo, condenado a nove anos, também foram exibidos como “troféus de caça”.

“Uma exibição humilhante dos presos, com a perversa intenção de difamar os encarcerados e intimidar suas famílias e opositores e críticos do regime”, denunciaram Jorge Canahuati e Carlos Jornet, presidente da SIP e da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da organização, respectivamente.

Ambos reiteraram o pedido para que os presos de consciência sejam libertados “ou que, pelo menos, o regime mostre misericórdia e permita que continuem os seus julgamentos e sentenças em prisão domiciliar”.

A SIP, que se define como uma organização sem fins lucrativos dedicada à defesa e promoção da liberdade de imprensa e expressão nas Américas, é composta por mais de 1.300 publicações do hemisfério ocidental.

 

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