Sessions sugere que DOJ está investigando escândalo Clinton-Rússia

25/10/2017 12:58 Atualizado: 25/10/2017 13:22

Durante uma audiência no Congresso dos Estados Unidos em 18 de outubro, o procurador-geral Jeff Sessions foi cobrado por novidades sobre a revelação de que o governo Obama estava ciente de uma operação de suborno russo num acordo de urânio vinculado a Hillary Clinton.

The Hill publicou uma história exclusiva em 17 de outubro mostrando que antes de a administração Obama aprovar seu acordo de 2010 concedendo à Rússia o controle de 20% do suprimento de urânio da América, “funcionários da indústria nuclear russa estavam envolvidos em subornos, propinas, extorsão e lavagem de dinheiro” voltusos para incrementar os negócios de energia nuclear da Rússia nos EUA.

A reportagem afirma que “as autoridades nucleares russas direcionaram milhões de dólares para os Estados Unidos destinados a beneficiar a fundação de caridade do ex-presidente Bill Clinton durante o tempo em que a secretária de Estado Hillary Clinton servia num órgão governamental que providenciou uma decisão favorável a Moscou”, disseram fontes a The Hill. Ele citou documentos do governo, entrevistas e testemunhas oculares.

O senador Chuck Grassley (Rep.-Iowa) perguntou a Sessions durante a audiência de 18 de outubro: “O Departamento de Justiça investigou completamente se os russos comprometeram as decisões do governo Obama para facilitar as negociações, e, se não, por que não?”

Sessões sugeriu, mas não confirmou, que o Departamento de Justiça estava investigando o caso. Ele disse: “Sr. presidente, estamos trabalhando duro para manter a disciplina no departamento. Não seria apropriado para mim comentar qualquer investigação em curso”.

A descoberta mais recente acrescenta evidências de conhecida corrupção em torno do acordo que causou controvérsia em torno da campanha de Clinton nas eleições de 2016.

No negócio, a empresa nuclear russa Rosatom conseguiu comprar uma parte da empresa de mineração Uranium One, sediada no Canadá mas com operações nos Estados Unidos. O banco de investimento russo Renaissance Capital, envolvido no acordo, pagou a Clinton Foundation US$ 500 mil por um discurso de Bill Clinton. Ao mesmo tempo em que a Clinton Foundation foi paga pela Renaissance Capital, o Departamento de Estado sob Hillary Clinton assinou o acordo.

Grassley observou que no mesmo mês em que a Clinton Foundation foi paga, “a Rússia iniciou o processo de aquisição de urânio. Este padrão suscita sérias preocupações sobre a influência política imprópria sobre o processo pelos Clinton durante a administração de Obama”.

O New York Times informou sobre o escândalo de Clinton em abril de 2015, observando que, como as propostas foram aprovadas de 2009 a 2013, “um fluxo de dinheiro abriu caminho para a Clinton Foundation” totalizando US$ 2,35 milhões. Ele observa: “Essas contribuições não foram publicamente divulgadas pelos Clinton, apesar de um acordo assinado pela sra. Clinton com a Casa Branca de Obama identificar publicamente todos os doadores”.

Donald Trump Jr. se referiu a uma história do New York Post sobre o caso num tuíte em que disse: “A administração Obama sabia sobre a trama de suborno russo antes do acordo de urânio”.

O caso só se aprofundou. Numa reportagem de sequência em 18 de outubro, The Hill informou que o Departamento de Justiça sob a administração Obama impediu uma testemunha confidencial do FBI de contar ao Congresso sobre o escândalo nuclear russo com os Clinton.

O website de vazamento de informações WikiLeaks também publicou que cabos diplomáticos a partir de agosto de 2009 demonstraram que Robert Mueller, advogado especial que liderou as investigações sobre a possível interferência russa nas eleições de 2016, também desempenhou um papel no acordo com a Rússia quando atuou como diretor do FBI.

O cabo interceptado declara: “A Embaixada de Moscou é convidada a alertar na mais alta instância apropriada da Federação Russa que o diretor do FBI, Mueller, planeja entregar a amostra da HEU assim que cheguar a Moscou no dia 21 de setembro”.

Wikileaks observou no Twitter sobre o cabo, escrevendo em 29 de julho: “O promotor especial Robert Mueller voou para Moscou e deu à FSB 10 gramas de urânio altamente enriquecido (HEU) em 2009”.

Grassley também afirmou, durante a audiência de 18 de outubro, que o vice-procurador-geral, Rod Rosenstein, que nomeou Mueller como advogado especial, também esteve envolvido no escândalo de urânio da Rússia. Rosenstein supervisionou a investigação criminal sobre o esquema de suborno de urânio da Rússia quando ele era advogado dos Estados Unidos em Maryland.

Grassley observou que “eu não acho que seria apropriado” para Rosenstein supervisionar uma investigação sobre um caso em que ele também estava envolvido, e perguntou a Sessions se ele concorda. Sessions respondeu: “Se ele sente que é incapaz de prosseguir com qualquer uma dessas investigações, seria sua responsabilidade fazer essa determinação”.

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