Serviço postal dos EUA adia mudanças polêmicas para depois das eleições

18/08/2020 20:32 Atualizado: 18/08/2020 20:32

Por EFE

Washington, 18 ago – O diretor do serviço postal dos Estados Unidos, Louis DeJoy, disse nesta terça-feira que suspenderá para depois das eleições de novembro as polêmicas mudanças na agência, as quais muitos temiam que pudessem atrasar ou impossibilitar o processamento de milhões de votos por correio.

“Para evitar até mesmo a impressão de qualquer impacto dos correios relacionado com as eleições, estou suspendendo estas iniciativas até ao fim das eleições”, disse DeJoy em comunicado.

O anúncio representa um passo atrás na campanha de reformas do serviço postal, que tinha gerado enorme polêmica em todo o país, especialmente após a agência ter admitido que os atrasos poderiam impedir o processamento a tempo de milhões de votos por correio em 46 dos 50 estados do país.

DeJoy, um doador da campanha eleitoral do presidente dos EUA, Donald Trump, e que em junho foi nomeado pelo presidente como diretor do serviço postal, disse que as alterações nas operações da agência foram concebidas antes de sua chegada ao cargo.

No entanto, reconheceu que as mudanças “geraram preocupação enquanto a nação se prepara para realizar uma eleição no meio de uma pandemia devastadora”.

“Acredito que é essencial empreender reformas significativas, e o trabalho para alcançar essas reformas começará após as eleições”, insistiu.

DeJoy garantiu que, até as eleições de 3 de novembro, “as máquinas de processamento do correio e as caixas azuis para o recolhimento ficarão onde estão”, que nenhuma instalação de processamento será fechada e que nenhum horário dos correios será alterado.

O plano original de redução de custos de DeJoy incluía a desativação de 10% das máquinas de processamento de correio, de um total de 671. Recentemente, o diretor desativou ou transferiu caixas de correio públicas em estados como Califórnia, Arizona, Oregon, Pensilvânia, Ohio e Montana, de acordo com o jornal “The Washington Post”.

Trump havia apoiado esses cortes no serviço postal e, em entrevista concedida na semana passada, admitiu que estava bloqueando a aprovação de novos financiamentos para a agência para evitar que esta tivesse recursos suficientes para garantir a “votação universal por correio” nas eleições de novembro.

O presidente já manifestou veementemente a sua oposição ao voto por correspondência, que só se justifica quando os cidadãos estão longe do estado onde estão registrados no dia das eleições. Segundo Trump, este método pode facilitar fraudes, apesar de diversos estudos demonstrarem ser algo improvável.

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