Senadores dos EUA pedem a Borrell que aumente a pressão sobre o regime cubano

Carta de senadores condena 'detenção injusta pela ditadura cubana de mais de 600 presos políticos'

08/12/2021 19:00 Atualizado: 08/12/2021 19:00

Por Agência EFE

Dois influentes senadores dos EUA pediram, na terça-feira, ao alto representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, Josep Borrell, que aumente a pressão sobre o regime cubano para libertar os presos opositores como o líder da União Patriótica de Cuba (Unpacu), José Daniel Ferrer.

Os dois senadores que fizeram uma petição a Borrell são o presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos, o democrata Bob Menéndez, e o republicano Marco Rubio, que também faz parte do Comitê de Relações Exteriores e é o republicano de maior graduação do Comitê de Inteligência.

Os dois senadores enviaram uma carta a Borrell na terça-feira para condenar “a detenção injusta pela ditadura cubana de mais de 600 presos políticos”.

Na carta, acessada pela Efe, Menéndez e Rubio listam alguns dos pronunciamentos e medidas que a UE tem tomado nos últimos meses em relação a Cuba, incluindo uma declaração do próprio Borrell solicitando a libertação dos detidos após os protestos de 11 de julho, o maior da ilha em seis décadas.

“No entanto – acrescentam os dois senadores – a União Europeia não usou plenamente suas relações econômicas com Cuba para alcançar o tão desejado progresso democrático.”

Menéndez e Rubio, ambos de origem cubana, enfatizaram que “a pressão internacional sobre o regime cubano funcionou anteriormente” e lembrou como a pressão de diferentes organizações serviu para comutar a pena de prisão de Ferrer, em abril de 2020, que passou a ter que cumprir quatro anos e meio de prisão domiciliar.

Porém, após mais de um ano, Ferrer foi preso novamente por se juntar aos protestos do dia 11 de julho e, de acordo com o que sua irmã relatou na terça-feira, ele está atualmente em uma cela de isolamento e passa por problemas de saúde, como dores de cabeça, insônia e “um zumbido ensurdecedor nos ouvidos”.

Devido a essas condições, Menéndez e Rubio acreditam que Ferrer e “centenas de lutadores pela liberdade cubanos” estão novamente em uma “situação em que suas vidas estão em perigo”.

Por isso, instaram Borrell a renovar sua petição ao regime cubano para libertar todos os “presos políticos”, entre os quais citaram Ferrer, o líder do Movimento San Isidro, Luis Manuel Otero Alcántara, e o rapper Maykel Osorbo, “El Osorbo”, que participou do música “Pátria e vida”, hino dos protestos na ilha.

Eles também requisitaram “respeitosamente” para Borrell expandir a assistência da UE aos ativistas pela democracia e defensores dos direitos humanos na ilha.

Por último, pediram-lhe que reavaliasse o Acordo de Diálogo Político e Cooperação (ADPC) assinado entre a UE e Cuba e que entrou provisoriamente em vigor em 2017.

Este acordo colocou fim a 20 anos de “posição comum” restritiva, que condicionou as relações do bloco comunitário com a ilha aos avanços dos direitos humanos e da democracia no país caribenho.

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