Senadores apresentam projeto de lei que obriga as universidades dos EUA a revelar laços financeiros com Pequim

12/05/2021 18:00 Atualizado: 12/05/2021 18:00

Por Cathy He

Legisladores recentemente apresentaram um projeto de lei que obrigaria as universidades americanas a revelar seus laços financeiros com o regime chinês, incluindo os Institutos Confúcio , como uma exigência para receber estudantes internacionais.

O projeto de lei, apresentado pelo senador Chuck Grassley (R-Iowa), tornaria esta divulgação uma condição para que uma universidade se qualificasse para o Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio, que fornece aprovação para as escolas matricularem alunos com um visto de não imigrante.

“A peça central deste projeto de lei é a divulgação e a transparência”, disse Grassley no plenário do Senado em 10 de maio. “Se as universidades querem vistos para seus estudantes estrangeiros, elas primeiro terão que revelar seus laços com o governo chinês.”

O projeto de lei surge em meio a um controle mais rígido sobre a influência do regime chinês nos campi americanos. Uma pesquisa realizada em 2020 pelo Departamento de Educação descobriu que as universidades receberam quase 1500 milhões de dólares em contratos e doações da China entre 2014 e 2020.

“O regime comunista representa uma séria ameaça à pesquisa americana, bem como uma influência indevida em nossos campi universitários”, disse Grassley em um comunicado de 5 de maio.

Um dos instrumentos de influência de Pequim são os Institutos Confúcio. Tidos como centros da língua e da cultura chinesa, os institutos são duramente criticados por promover a propaganda de Pequim e sufocar a liberdade acadêmica nas universidades do país.

Por meio dos Institutos Confúcio, entre 2006 e 2019, o regime chinês contribuiu com mais de US$ 158 milhões para cerca de 100 universidades americanas, de acordo com um relatório do Subcomitê de Investigações do Senado dos Estados Unidos de 2019 ( pdf ). Existem atualmente 47 Institutos Confúcio no país, segundo a National Association of Scholars (NAS).

“Esta legislação lançará luz sobre qualquer negócio estranho que o governo chinês esteja tentando conduzir em nossos campi sob o pretexto de Institutos Confúcio e quaisquer laços financeiros entre nossas instituições educacionais e o regime comunista”, disse Grassley no comunicado.

A legislação proposta irá codificar efetivamente uma proposta de política da era Trump que foi automaticamente rescindida quando o presidente Joe Biden assumiu o cargo, porque a regra proposta não foi formalizada por meio de processos regulatórios antes do final do mandato do ex-presidente.

No ano passado, a administração Trump designou o centro americano do Instituto Confúcio, com sede em Washington, como uma missão estrangeira. O então secretário de Estado Mike Pompeo disse que a mudança foi um reconhecimento do papel do centro no “avanço da propaganda global de Pequim e na campanha de influência maliciosa nos campi dos EUA”.

O Senado aprovou um projeto de lei em março que forçará as universidades anfitriãs a assumir o controle total dos Institutos Confúcio ou perderão seu financiamento federal.

Nos últimos anos, dezenas de Institutos Confúcio foram fechados em todo o país. Em vez disso, no entanto, muitas universidades simplesmente estabeleceram novas parcerias com o regime chinês sob um nome diferente, de acordo com o NAS.

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